Idoso que morreu em motel havia tomado viagra. Médicos alertam para riscos
No quarto, foram encontradas cartelas de estimulante sexual abertas e vinho
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Um idoso de 71 anos morreu em um motel de Viana, na noite de sábado (14) para domingo (15), após consumir viagra e passar mal, segundo a ocorrência policial.
Testemunhas e fontes ligadas ao Samu, que prestou socorro à vítima, no quarto onde o idoso estava foram encontradas cartelas de estimulante sexual, indicando o consumo de ao menos quatro comprimidos. Uma garrafa de vinho, pela metade, estava perto do remédio.
Uma funcionária do estabelecimento, que ajudou no socorro à vítima, contou que o idoso estava acompanhado de uma mulher com idade aproximadamente de 37 anos.
Aos funcionários do motel, a companheira da vítima contou que o idoso havia ingerido um pouco de vinho e um tempo depois começou a passar mal, momento em que ela acionou a recepção do motel por interfone.
“Ela me ligou pedindo uma ambulância. Disse: ‘Ele tá passando mal’. Eu liguei para minha encarregada. Quando chegamos, ele estava de roupa e a menina tentando reanimá-lo. A moça fez respiração boca a boca, mas não adiantou”, disse a funcionária de 34 anos, que preferiu não se identificar.
Ainda segundo a funcionária, aquela não era a primeira vez do casal no local. “Toda vez que eles vinham, ele entrava e saía normalmente. Ele nunca passou mal. Foi a primeira vez que isso aconteceu mesmo. Ela até falou que ela não queria vir, e ele ficou insistindo, parece que estava até adivinhando”.
Após a morte, que aconteceu cerca de 50 minutos depois da entrada do casal na suíte, a mulher que estava com o idoso entrou em contato com um dos filhos dele que foi até o motel.
O Samu também foi acionado e prestou os primeiros socorros ainda no quarto, mas a vítima não resistiu e morreu no motel.
“Foi um desespero. A menina que estava com ele se desesperou, tentando ajudá-lo e nós funcionários também. Infelizmente, não conseguimos. Foi uma tristeza mesmo”, disse a funcionária.
O corpo do idoso foi levado para o Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, onde foram feitos exames para confirmar a causa da morte. O nome da vítima não foi divulgado.
Doses altas podem causar infarto, dizem especialistas
O uso de medicamentos contra a disfunção erétil pode até recuperar a vida sexual e a autoestima de homens, mas segundo especialistas, tomado de forma inadequada, comprados na farmácia sem receita médica podem fazer mal à saúde e, até mesmo, causar a morte.
Segundo a cardiologista Kátia Vasconcellos, o medicamento indicado para disfunção erétil e ejaculação precoce, pode ser usado, desde que prescrito pelo urologista ou sugerido pelo psiquiatra no caso de disfunção de causa psicológica em concordância com o cardiologista.
“Lembrando que pacientes idosos têm diminuição da função renal e a eliminação da droga é mais lenta, mais um motivo para o médico prescrever a dose certa. A medicação também pode ter efeito colateral como tontura, náuseas. O idoso é mais sensível a efeitos colaterais, principalmente acima dos 60 anos”, explicou a médica.
Ainda de acordo com a cardiologista Kátia Vasconcellos, o remédio não é indicado para jovens e adolescentes. O uso em jovens pode gerar impotência por dependência psicológica.
“A faixa etária com riscos mais graves estão relacionados mais com a presença de hipertensão arterial, infarto ou doença coronariana prévia que tenha feito angioplastia ou cirurgia cardíaca. Não pode ser usado junto com remédios semelhantes para angina (dores no peito), podendo acarretar hipotensão arterial, queda da pressão e até parada cardíaca”, concluiu a médica.
O urologista Bruno Baracho, relata que segundo estudos, não existe contraindicação para alimentação ou uso de álcool em doses moderadas para o uso da sildenafila (substância composta no viagra), mas por ser uma medicação vasodilatadora o uso de doses muito altas pode levar a hipotensão, que leva ao infarto agudo do miocárdio.
“As doses terapêuticas e seguras para o uso da sildenafila são 25, 50 e 100mg. Uso de doses acima das preconizadas podem acarretar efeitos adversos intensos e perigosos”, explica Baracho.
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