Empresário é detido por comercializar fiação irregular
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Um empresário é acusado de tentar atrapalhar as investigações, que tem ele como alvo, em relação a fabricação irregular de fios elétricos. Por conta disso, um novo mandado de prisão foi cumprido pela Polícia Civil contra ele, que já está preso desde agosto do ano passado, na primeira fase da Operação Elétron.
A operação investiga a fraude na produção e a venda do produto em desconformidade com as normas estabelecidas. Um comerciante do bairro Vale dos Reis, em Cariacica, dono de um material de construção, que passou a comercializar fiação irregular, foi detido. Ele assinou um termo circunstanciado e liberado.
A empresa do homem fabricava fio e condutores elétricos da marca Luzzano, os fios eram irregulares e capazes de causar o superaquecimento de energia, curto-circuito e até mesmo incêndios, além de aumentarem significativamente o consumo de energia dos clientes.
Em coletiva de imprensa nesta segunda-feira, o delegado titular da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), Eduardo Passamani afirmou que o responsável pela loja dos fios informou que sabia sobre a irregularidade, mas achou que não teria problema vendê-los.
A ação da Decon foi deflagrada em conjunto com a Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado Vandinho Leite, e o Instituto de Pesos e Medidas do Espírito Santo (IPEM).
Nessa fase, foram feitas coletas de material em quatro condomínios de construtoras, sendo três em Vila Velha e um na Serra. Esses fios produzidos pela Luzzano vinham com menos que o cobre, gerando aumento de consumo de energia e risco de incêndio.

De acordo com o deputado Vandinho Leite, que preside a comissão, agora, eles vão acompanhar os construtores e moradores desses prédios.
De acordo com o agente fiscal do Ipem, Luiz Filipe Langoni, há indicações de que as construtoras sabiam sobre os problemas relacionados aos fios da Luzzano. "Isso porque, do padrão da EDP até a distribuição, foi usado um fio bom. Nessa parte, se pegasse fogo, seria responsabilidade da construtora. Mas, da distribuição para dentro dos apartamentos, foram colocados os fios irregulares da Luzzano, disse.
A empresa Luzzano lucrava, por ano, até R$ 30 milhões. Além de comercializar no Espírito Santo, a empresa ainda distribuía os fios irregulares em outros Estados.
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