Filhotes de pássaros raros nascem no Estado
Na natureza, havia apenas 15 pássaros dessa espécie
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Filhotes de uma espécie rara de pássaro nasceram na manhã de quarta-feira (10), na Reserva Ecológica Augusto Ruschi, em Santa Teresa, Região Central Serrana do Estado. A saíra-apunhalada existe apenas no Espírito Santo e, antes do nascimento dos filhotes, havia apenas 15 exemplares da espécie na natureza.

O coordenador de campo do programa de conservação da saíra-apunhalada, Gustavo Magnago, contou que ainda não foi possível identificar quantos filhotes nasceram por conta da distância que os observadores estão da árvore onde está localizado no ninho. O nascimento dos pássaros aconteceu entre às 6 horas e 7 horas.
"Estamos acompanhando desde a construção do ninho. Foi feito um voo com drone na segunda (8) para saber quantos ovos havia no ninho. Agora, não podem mais voar com drone para não comprometer a segurança dos pássaros. Receio de acontecer algum acidente", explicou ele.

A observação dos pássaros começou em setembro. Na ocasião, nasceram filhotes da saíra-apunhalada, porém eles morreram devido ao frio intenso e a chuva forte. Os adultos não estavam achando insetos para se alimentar e dar de comer aos filhotes, que acabaram ficando muito tempo sem cobertura, explicou Gustavo em reportagem do jornal A Tribuna, publicada em 24 de outubro deste ano.
O casal de pássaros decidiu realizar uma nova tentativa e construíram o ninho em uma árvore situada a cerca de 50 metros do antigo abrigo. Desde então, os animais são monitorados pelos pesquisadores, que já evitaram ataques de predadores.
A saíra-apunhalada (Nemosia rourei) é uma das aves mais raras do mundo. Foi conhecida pela ciência em 1870, mas, durante décadas, foi considerada extinta. Em 1941, um ornitólogo alemão chegou a visualizar alguns indivíduos em Itarana, região Central Serrana, porém, a mata onde eles foram avistados não existe mais.

A espécie foi redescoberta em 1998 na fazenda Pindobas IV, de propriedade do empresário Camilo Cola, em Conceição de Castelo, Região Serrana. No entanto, não há registros atuais de sua presença por lá. Em 2003, a saíra-apunhalada começou a ser vista na região de mata entre Castelo e Vargem Alta e, desde 2016, o Instituto Marcos Daniel (IMD) trabalha com a espécie naquele território.
Em 2020, o IMD iniciou o programa de conservação da saíra. Na ocasião, havia cinco indivíduos e hoje são 10. Dois filhotes nasceram em 2020 e outros três este ano
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