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Economia

Quinhentas mulheres no comando de oficinas de carros no Estado


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Conserto de carros sempre foi uma atividade majoritariamente masculina, mas já existem 500 oficinas de carros comandadas por mulheres no Estado.

Dos 2.500 estabelecimentos do gênero em território capixaba, 20% são geridos por elas, segundo o presidente do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Espírito Santo (Sindirepa-ES), Eduardo Dalla Mura.

O toque feminino pode ser percebido facilmente. Ambientes aromatizados e bem arrumados, com decoração esmerada, estão entre as características das oficinas, além do cuidado com os clientes. Mas as administradoras também revelaram sofrer discriminação.

Imagem ilustrativa da imagem Quinhentas mulheres no comando de oficinas de carros no Estado
Carine Lima Rosa tentou ter oficina 100% feminina, mas não encontrou profissionais |  Foto: Leone Iglesias / AT

Graduada, com seis especializações e um MBA, Carine Lima Rosa, 44, era executiva em uma seguradora. Após 16 anos de experiência, ela montou uma oficina que tivesse perfil de qualidade para atender a empresa para a qual trabalhava.

“Fiquei 2 anos sozinha à frente do negócio. Fui audaciosa. O mercado ainda é muito machista”, contou ela, que hoje compartilha o trabalho com o marido.

O projeto dela era ter uma oficina 100% feminina: “Mas não consegui, por não ter mão de obra. Então, tentei que fosse pelo menos 50%, mas também não foi possível”.

Ela explicou que no mercado existe uma imagem de que oficina pode ser suja, desleixada, e o mecânico pode estar cheio de graxa. “Não vejo dessa forma. Para mim, oficina é um local de excelência, onde você pode encontrar o cliente, deixar sua marca, agregar valor”, destacou a sócia-proprietária da Port Car Centro Automotivo.

À frente do Centro Automotivo Riva, em Jardim Tropical, Serra, Leiliane Riva chama a atenção pelo cuidado. Clientes contam que é tudo limpo, cheiroso e organizado. Ela atua na parte administrativa, no atendimento ao cliente e na realização de orçamento.

“A gente como mulher geralmente chega a uma oficina e fica meio acanhada porque é um monte de homem. Quando encontramos outras mulheres, nos sentimos mais à vontade”, destacou.

Ela revelou que ainda há clientes com preconceito. Eles chegam no local para fazer orçamento, passam por ela e vão procurar um homem. “Os funcionários pedem para voltar e me procurar”, lembrou.

Ela explicou que muitos clientes chegam achando que tiveram perda total do carro. “Às vezes é uma coisa tão simples. A gente conversa, ouve, explica, somos um pouco psicólogos também”, brincou.

Imagem ilustrativa da imagem Quinhentas mulheres no comando de oficinas de carros no Estado
Leiliane Riva destacou o “lado psicólogo” na relação com os clientes |  Foto: Kadidja Fernandes / AT

Jovem coloca a mão na massa com mecânica e eletrônica

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Meiriele Castro: formação após bolsa |  Foto: Acervo pessoal

O cargo de gestão é apenas um dos ocupados pelas mulheres nas oficinas do Estado. Embora não seja algo tão comum, elas também colocam a mão na massa.

Meiriele da Silva Lima Castro, 19 anos, por exemplo, é formada em mecânica de manutenção em automóveis e atua em uma oficina. Ela mostra que quando uma oportunidade cai em mãos certas, a transformação acontece.

“Trabalho na parte da eletrônica e mecânica, especialmente na eletrônica. Faço diagnósticos nos veículos, trabalho na parte de chicote, arla, ajudo na troca de filtro, peças e testes em aparelhos diagnósticos”, contou.

Ela contou que nunca imaginou que algum dia iria trabalhar em uma oficina. E revelou que foi uma questão de oportunidade, pois conseguiu uma bolsa em um curso do Senai e agarrou a chance.

“Através desse curso, resolvi dar o meu melhor. Ao final do curso fui reconhecida pelos certificados de assiduidade, maior nota geral, aluna destaque da turma! E foi a partir daí que surgiram várias indicações de oficinas para me contratar”.

Na época, ela tinha 16 anos ainda. “Eu não conseguia oportunidades. Então continuei estudando. Terminei o ensino médio no dia 4 de dezembro de 2019, no dia 5 eu já estava contratada lá na empresa!”.

As jornadas de que ela enfrenta são várias. Das 7h30 até às 18h trabalha na oficina, à noite faz atividade física, estuda e finalmente vai descansar! Mas tudo sem deixar a vaidade de lado.

Nos finais, trabalha na própria loja online de maquiagem. “Amo me cuidar! Nos dias de semana não tem unha feita, nem cabelo cheiroso (risos), mas quando chega final de semana gosto de me arrumar, cuidar do meu cabelo, unhas e tudo mais!”, destacou.


Aprendizado constante

Carla Guimarães Silva, 50 anos, ingressou como sócia de uma oficina a partir de um convite de seu cunhado. Ela cuida da parte administrativa, financeira e de pessoal.

Para fazer seu trabalho, por exemplo, teve que aprender o nome da maioria das peças que compõem o automóvel, entre tantos outros aprendizados. “Eu gosto do que faço”, destacou.

Ela é a única mulher no local e contou que gosta de organização, o que é refletido no espaço. “Temos recepção, televisão, tudo arrumadinho”.

Imagem ilustrativa da imagem Quinhentas mulheres no comando de oficinas de carros no Estado
Carla Guimarães Silva, 50 anos, ingressou como sócia de uma oficina |  Foto: Kadidja Fernandes / AT

Boutique

Dione Arruda é sócia de uma oficina boutique, em Vitória, com serviços de estética automotiva e reparos mecânicos. Entre os desafios que enfrenta na Tarumã AutoCenter, ela destaca o aprendizado constante
“Estou longe de saber tudo, mas o que mais aprendi foi entender as necessidades do cliente, que preza por qualidade e, principalmente, conquistar a confiança dele”, destacou.

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Dione Arruda é sócia de uma oficina boutique, em Vitória |  Foto: Acervo Pessoal

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