Espírito Santo registra 3.815 novos casos de dengue em uma semana
Tendência de aumento nos registros da enfermidade deve continuar até o fim de fevereiro, aponta especialista em saúde
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O Espírito Santo registrou 3.815 novos casos de dengue em apenas uma semana, segundo o boletim epidemiológico divulgado na quinta-feira (23) pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa).
No total, entre os dias 29 de dezembro e 18 de janeiro, foram notificados 11.558 casos prováveis da doença, dos quais 2.191 já foram confirmados. A desempregada Karina Barbosa, de 35 anos, foi um desses casos.
No caso dela, a dose foi tripla. Ela começou a passar mal no dia 30 de dezembro com febre do Oropouche. Depois de melhorar, pegou dengue, sendo diagnosticada no dia 4 de janeiro. No dia 14, melhor, mas com muita dor de cabeça, voltou ao médico. Novo diagnóstico: chikungunya.
“Eu nunca peguei nada. Ninguém que eu conhecia tinha pego. É difícil até de acreditar. Teve dia que eu não conseguia nem levantar da cama. Foi terrível. Estou melhor, mas ainda exausta”.
Em sua casa, todos da família (pai, irmãs, marido, mãe ) também pegaram dengue, conta Karina, menos as duas filhas. Desacostumada a passar repelente, principalmente por causa do valor, ela explica que começou a comprar e aconselha para todos.
“No sábado, vou viajar para um local com cachoeira. Hoje fui comprar repelente. Fiquei com medo, principalmente por causa das crianças. Indico para todos”.
João Paulo Cola, referência técnica das Arboviroses do Núcleo Especial de Vigilância Epidemiológica da Sesa, explica que a tendência de aumento nos casos deve continuar até o fim de fevereiro.
“Essa época do ano é o período sazonal da dengue, então, o aumento de casos já era esperado por causa das altas temperaturas e das chuvas, ambos fatores que favorecem a proliferação do transmissor da dengue, o Aedes Aegypti. É uma época boa para todas as arboviroses, como a febre do Oropouche”.
Por isso, a especialista destaca que esse é um momento em que a população deve ficar alerta e agir.
“Prevenção é a melhor escolha. Só a Secretaria da Saúde sozinha não vai conseguir controlar a doença. Todo mundo precisa fazer a sua parte e tomar medidas para a prevenção como não deixar água parada”, aconselha João Cola.
30 municípios com incidência alta
Dengue
• 3.815 casos prováveis foram notificados na terceira semana epidemiológica do ano (12/01/2025 a 18/01/2025), segundo boletim da Sesa.
• 648 casos já foram confirmados.
• 11.558 casos de dengue foram notificados no acumulado do ano, entre 29 de dezembro e 18 deste mês.
• 2.191 foram confirmados.
• 6 óbitos estão em investigação este ano, segundo o painel de monitoramento da Dengue no Espírito Santo.
Dengue nos municípios
30 municípios estão com incidência alta de dengue no Estado. Isso significa que eles têm mais de 300 casos a cada 100 mil habitantes.
Itarana, Laranja da Terra e Muqui têm os maiores índices. Enquanto, Vitória, Iconha e Cachoeiro de Itapemirim possuem os menores índices.
Serra, Cariacica e Guarapari têm 100 a 300 casos a cada 100 mil habitantes. Além deles, há outros 14 municípios que registraram incidência média e 31 tiveram baixa.
Vila velha tem menos de 100 casos a cada 100 mil habitantes, e o município de Montanha não teve nenhum caso notificado nas últimas quatro semanas. Outras 29 cidades tiveram incidência baixa.
Febre do Oropouche
Entre 31 de dezembro do ano passado e 18 de janeiro, o Espírito Santo acumulou 7.343 casos confirmados de febre do Oropouche.
Alfredo chaves é o município com o maior número de casos confirmados. São 1.275.
Em seguida, aparecem Laranja da Terra (748), Iconha (478), Itaguaçu (446) e Viana (424).
No outro extremo, 24 municípios não têm nenhum nenhum caso notificado. Entre eles estão: Montanha, Águia Branca e Ecoporanga.
Na Grande Vitória: Vitória (153), Vila Velha (22), Cariacica (64) e Serra (55).
Prevenção
Elimine focos de água parada. Um exemplo é a água acumulada em plantas. Outro são garrafas abertas.
Mantenha caixas d'água, poços, latões e tambores tampados
Eliminar água acumulada em plantas; instalar telas em janelas e portas; utilizar repelentes e roupas de mangas compridas.
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