Substância tóxica é encontrada em tanque de cervejaria mineira

| 13/01/2020, 16:35 16:35 h | Atualizado em 13/01/2020, 21:20

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Em coletiva de imprensa, nesta segunda-feira (13), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) afirmou que uma substância tóxica foi encontrada também no tanque de refrigeração de um dos tonéis usados na produção da cerveja e no sangue das vítimas de intoxicação. Segundo as investigações, o resultado da perícia realizada na substância recolhida deu positivo para o dietilenoglicol.

A substância já havia sido detectada em amostras de duas cervejas dos lotes L01 1348 e L02 1348, que foram fornecidas pelos familiares das vítimas de intoxicação, logo no início dos trabalhos de polícia judiciária.

O sangue dessas pessoas foi analisado e o dietilenoglicol também foi detectado. O chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, delegado-geral Wagner Pinto, explicou que o objetivo agora é entender como se deu a intoxicação.

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“Neste contexto há uma necessidade premente do trabalho pericial. Hoje, podemos afirmar que há compatibilidade dos sintomas da síndrome nefroneural com o dietilenoglicol”, analisou.

No último sábado (11), peritos do Instituto de Criminalística (IC) da PCMG levaram as amostras de diversos lotes da cerveja para análise no Instituto de Criminalística da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF).

O Superintende de Polícia Técnico-Científica da PCMG, Thales Bittencourt, determinou que fossem realizados os testes de carbonatação. “O exame, realizado em Brasília, foi de suma importância para demonstramos que as garrafas examinadas - tanto as cedidas pelas famílias das vítimas, quanto as entregues pela empresa - estavam intactas, ou seja, sem sinal de violação”, detalhou.

Cerveja Capixaba vendida no Estado 

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Uma das amostras analisadas na capital Federal foi a cerveja Capixaba, do lote L02 1354. O resultado deu positivo para a carbonatação, ou seja, sem possibilidade de violação e positivo, também, tanto para o monoetilenogilicol quanto para o dietilenoglicol.

“Já podemos dizer que três lotes (L01 1348, L02 1348 e L21354) estão contaminados com o monoetilenoglicol e o dietilenoglicol. Podemos afirmar a existência do dietilenoglicol em garrafas recolhidas na empresa, na casa das vítimas e no sangue da vítimas”, descreveu Wagner Pinto.

Durante a perícia realizada na empresa, na última quarta-feira (09/01), investigadores e peritos recolheram notas fiscais que demonstram a aquisição de monoetilenoglicol. O Delegado Flávio Grossi, titular da 4ª Delegacia de Polícia Civil Barreiro, explicou que as diligências preliminares iniciaram no domingo (05) e, após o resultado positivo para a presença da substância dietilenoglicol, foi instaurado o procedimento investigatório.

As investigações começaram assim que a Secretaria de Estado de Saúde informou à PCMG sobre a possiblidade de contaminação exógena.

“Hoje temos a informação de 11 vítimas contaminadas, uma delas faleceu. Durante essa semana, delimitamos a janela de contaminação desses lotes, que estaria entre a 2ª quinzena do mês de novembro e 1ª do mês de dezembro de 2019. A maioria das vítimas se concentra no bairro Buritis, região oeste da capital. O produto também foi adquirido no bairro Lourdes, região centro-sul, bairro Cidade Nova, região Nordeste, bairro Cruzeiro, região central e em Nova Lima, Região Metropolitana de Belo Horizonte”, apontou.

O Superintendente de Polícia Técnico-Científica, Thales Bittencourt, ressaltou que a cadeia de custódia das amostras analisadas está totalmente preservada.

“Uma das amostras analisadas foi apreendida na inspeção do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa). Ela foi uma das amostras analisadas em Brasília. “Um agente público retirou a garrafa da empresa, que foi acautelada no IC, para que fosse comparada com o lote de cervejas cedidas pelos familiares das vítimas e o resultado foi o mesmo: positivo para o dietilenoglicol. Na amostra também foi detectada a presença do monoetilenoglicol”, concluiu.

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