Policial é preso após atirar em carro e balear adolescente em Guarapari

Carro atingido pelos disparos |  Foto: Arquivo Pessoal

Um policial civil que estava de folga foi preso após atuar sob efeitos de bebida alcoólica no bairro Itapebussu, em Guarapari. Ele teria atirado contra um carro que passava na Rua João Bigossi, conhecida como Rua da Marinha no bairro Itapebussu, em Guarapari.

Além disso, o policial teria atirado contra a perna direita de um adolescente de 16 anos, envolvido com o tráfico de drogas na região, conhecida como “Buraco Quente”.

Segundo a Polícia Civil, dois agentes foram em direção até o local onde se encontraram com os suspeitos. De acordo com a corporação, ambos apresentavam “alterações psicomotoras, como odor etílico e falas desconexas”, características de quem estava sob efeito de bebida alcoólica.

“Eram dois rapazes sem característica nenhuma de policial. Um deles estava até descalço. Ele estava com armas na mão, fora de si e pareciam drogados”, afirma um empresário de 26 anos, que passava de carro pela rua onde aconteceu o caso.

Em seguida, ocorreu uma troca de tiros. Tanto o adolescente, quanto um indivíduo de 22 anos, foram detidos. 

O empresário estava junto com a sua namorada, uma vendedora de 20 anos, e o sobrinho de 13. Eles voltavam de uma lanchonete quando o veículo, uma Mercedes C-180, foi atingido por uma bala no capô. Ele afirma que o autor do disparo foi o policial.

“Se eu não tivesse freado o veículo, ele teria acertado o vidro ou a perna da minha namorada. Ele não mirou, só apertou o gatilho, sem preparo nenhum”, relata o empresário.

O motorista desceu do carro e viu que o adolescente baleado estava no chão. Segundo ele, os policiais pediram os documentos e ele foi até ameaçado pelos oficiais. “Estavam bem violentos. Falaram que iam matar a gente se fossemos embora”, revela.

Além disso, o empresário afirma que eles ordenaram que ligassem para a polícia, o que foi acatado pela namorada dele. Ninguém que estava no veículo saiu ferido.

“Chegaram cinco ou seis viaturas da PM e um dos oficiais que chegaram me disse que eu não deveria passar naquela rua, que era para eu ter ido embora. Foram três minutos bem tensos”.

Polícia abre investigação

Por meio de nota, a Polícia Civil informou que o oficial autor dos disparos foi autuado em flagrante por disparo de arma de fogo majorado. Ele foi levado ao presídio Alfa 10 e, por ser um agente de segurança pública, não cabe fiança.

O segundo policial que esteve envolvido no caso foi ouvido e liberado após entenderem que não havia elementos suficientes para uma prisão em flagrante naquele momento.

Ainda segundo a corporação, as carteiras funcionais e as armas dos policiais civis foram apreendidas. O procedimento criminal foi encaminhado à Corregedoria da Polícia Civil e uma investigação foi instaurada para analisar o caso de forma administrativa.