Incêndio na Praia do Canto que matou menino teria começado pelo ventilador, diz laudo
Dois meses após o incêndio em um apartamento na Praia do Canto, em Vitória que matou um menino de 4 anos, o laudo pericial do acidente foi concluído.
"Diante dessas informações, foi possível identificar que a causa mais provável de início do fogo teria sido uma anomalia ocorrida após defeito no funcionamento do ventilador de teto, a partir de um travamento do seu eixo, onde, ao continuar tentando manter o funcionamento do motor, o calor gerado pelo circuito ocasionou o foco inicial do incêndio, que passou a consumir os materiais combustíveis existentes no cômodo", informou o laudo.
O incêndio aconteceu no dia 19 de outubro, no Edifício Pintor Fanzeres, na Avenida Rio Branco. O menino estava no apartamento de terceiro andar do Edifício Pintor Fazeres. Além dele, estavam no imóvel o irmão, a mãe e a avó. Todos foram socorridos com vida.
O menino dormia em seu quarto no momento que o incêndio teve início. O apartamento tem três quartos. Foi na suíte, que fica entre os dois outros quartos da casa, que o fogo começou. Segundo o Corpo de Bombeiros, a primeira a sair do prédio foi a babá, junto com o menino mais velho.
A criança foi retirada do quarto, ainda com vida, e recebeu atendimento médico dentro de uma ambulância do Samu, durante duas horas. Ele não resistiu e morreu por asfixia química, já que inalou muita fumaça.
“Tinha o pai, a mãe, a avó, as crianças e a babá. Ela desceu com o outro menino e tentou voltar para pegar ele, mas não conseguiu por causa da fumaça. O pai tentou combater o incêndio com os extintores e, quando desceu, achou que toda a família já estava lá embaixo”, ressaltou o coronel Roger Amaral, assessor do Comando do Corpo de Bombeiros.
Na noite do incêndio, moradores reclamaram da demora do Corpo de Bombeiros. A corporação afirmou que chegou 21 minutos após a chamada.
De acordo com o laudo da perícia, há uma possibilidade, também, de que o incêndio tenha se iniciado no ar-condicionado do quarto. Como o equipamento caiu pela janela do cômodo, pode ter dado ignição à cortina ou outro material. Fato constatado é que a fiação do circuito elétrico do local estava degradada e teria gerado as chamas iniciais em um dos dois equipamentos, após sobrecarga.
A Polícia Civil informou que o caso segue sob investigação por meio do 3º Distrito de Polícia de Vitória, localizado na Praia do Canto, que está realizando diligências e que aguarda o resultado de laudo pericial para relatar o procedimento à Justiça. "Para que a apuração seja preservada, nenhuma outra informação será repassada", disse a polícia, em nota.