Homem que manteve sobrinha em cárcere privado por quase dez anos é condenado
Homem, que já estava preso preventivamente, cumprirá a pena inicialmente em regime fechado e não poderá recorrer da sentença em liberdade
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Foi condenado a 34 anos e 9 meses de prisão Adenilson Lima da Silva, de 43 anos, que manteve a sobrinha em cárcere privado por quase dez anos. O homem, que já estava preso preventivamente, cumprirá a pena inicialmente em regime fechado e não poderá recorrer da sentença em liberdade.
A condenação foi divulgada nesta sexta-feira (20) pelo Ministério Público do Espírito Santo. Além dos quase 35 anos de prisão, a pena inclui um ano de detenção, além de 165 dias-multa e o pagamento de R$ 150 mil, como reparação do dano sofrido pela vítima. O caso tramita em segredo de justiça.
O homem foi condenado pelos crimes de estupro, sequestro, cárcere privado, falsificação de documento público e posse irregular de arma de fogo, todos agravados por serem praticados de forma continuada.
Vítima era violentada durante o cárcere
Desaparecimento
Uma jovem, hoje com 25 anos, desapareceu de Rio Bananal, em 2015, e apesar das buscas da família e da polícia, nunca havia sido encontrada.
Depois de quase 10 anos, ela conseguiu entrar em contato com familiares por redes sociais e pediu ajuda. O Ministério Público e a Polícia Civil montaram uma operação conjunta.
Operação Resgate
Os policias e o pai da vítima saíram de Rio Bananal às 3h do dia 19 de setembro com destino a Jucuruçu, local onde o criminoso estava mantendo a vítima em cárcere privado. A cidade fica a 450 km de Rio Bananal.
Na sexta-feira, às 10h, os policiais civis realizaram a abordagem no local, porém o criminoso visualizou a chegada deles e fugiu.
A jovem estava na casa. Emocionada com a libertação, chorou muito e foi amparada pelo pai.
Vítima
Em conversa com policiais, ela disse que foi sequestrada por Adenilson Lima da Silva, em 2015, e que ele a violentou sexualmente. Após ser sequestrada, foi levada para Teixeira de Freitas, local onde era mantida trancada e ameaçada o tempo todo.
Ele dizia que, caso ela tentasse fugir, iria matar a família dela inteira.
A jovem só saía de casa acompanhada pelo criminoso e ele a vigiava o tempo todo, até com quem ocasionalmente conversava.
Nunca permitiu que ela fosse à escola, por exemplo. Quando Adenilson não estava em casa, ele deixava tudo trancado.
Depois foram para Vitória, onde Adenilson e a vítima moraram por três anos.
Após esse período em Vitória, foram embora para Jucuruçu, onde chegou com 18 anos. Sempre que viajou era de carro, nunca de ônibus.
O condenado sequestrou e manteve a sobrinha, que na época possuía 15 anos, em cárcere privado por quase 10 anos. A vítima, foi resgatada no dia 19 de setembro, no interior da Bahia, em uma operação que contou com a atuação do Ministério Público.
No momento da operação de resgate da vítima, o homem conseguiu escapar e ficou foragido da Justiça até o dia 14 de outubro, quando se entregou e permaneceu detido desde então.
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