Engenheiro acusado de matar a mulher em cobertura de Jardim Camburi é libertado
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O acusado de matar a professora Danielly Wandermurem Benício, 35 anos, em uma cobertura de Jardim Camburi, em Vitória, em dezembro de 2017, vai responder em liberdade. O marido da vítima, o engenheiro Patrick Noé dos Santos Filgueiras, conseguiu um habeas corpus na segunda-feira (28). .
A advogada da família de Danielly, Arlete Barreto de Araújo Silveira, explicou, por meio de nota, que “uma liminar em Habeas Corpus lhe foi concedida, parcialmente, com imposição de diversas medidas cautelares, deliberando por sua soltura, para responder à ação penal em liberdade. A mesma não altera, em nada, o mérito da ação penal, ou seja, não altera a verdade dos fatos narrados na denúncia, alicerçados em fartas e consistentes provas”.
A advogada afirmou ainda que a família da vítima “segue confiante na justiça e aguarda a condenação de Patrick pelo Tribunal do Júri”.
O outro lado
Em entrevista para o Tribuna Online, o advogado de Patrick, Douglas Luz, afirmou que o engenheiro estava preso há dois anos e oito meses e foi solto nesta semana, pois o desembargador argumentou que o acusado não representa perigo.
“Contratamos um grupo de peritos e coletamos novas provas sobre o caso. Solicitamos o histórico do uso de dados do celular de Danielly, que mostram que ela usou o aparelho depois que Patrick saiu do apartamento. Ela até saiu de um grupo de WhatsApp após a saída do meu cliente. A perícia (contratada pela defesa) apontou que ela morreu cerca de cinco ou seis horas depois que o Patrick deixou o imóvel”, explicou o advogado.

Ainda segundo Luz, o grupo de peritos também constatou que o casal não tinha manchas de sangue nas roupas. “Conseguimos comprovar que foi um acidente doméstico. Ela tinha passado por uma cirurgia recentemente e ingeriu bebida alcoólica naquela noite. Possivelmente ela desmaiou, ficou entre cinco e 10 minutos desacordada, retomou a consciência e desmaiou novamente”, contou o advogado.
“O Patrick tinha passado por uma cirurgia de retirada da vesícula há poucos dias. Os pontos abriram quando ele tentou impedir Danielly de se jogar do apartamento após uma discussão dos dois. Ele saiu para ir até o hospital e retornou ao local. As câmeras de segurança mostram que ele ficou 45 segundos no imóvel, somente para pegar algumas coisas”, destacou a defesa.
O advogado disse ainda que aguarda resposta de outras redes sociais para anexar às provas da defesa. “Tenho plena convicção que ele não vai a júri”, completou Luz.
Entenda o caso
O corpo da professora de Geografia foi encontrado dentro de seu apartamento no dia 30 de dezembro daquele ano. Inicialmente, a polícia acreditava se tratar de um suicídio, mas laudos do Departamento Médico Legal (DML) apontaram que, na verdade, se trata de um “homicídio cometido mediante ação contundente”.
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