Casal morreu após tomar solvente vendido pela internet como óleo de semente de abóbora
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O inquérito que investigou a morte de um casal que consumiu um produto chamado “óleo de semente de abóbora” foi concluído pela Polícia Civil. Uma pessoa foi presa acusada de vender o produto.
Rosineide Dorneles Mendes Oliveiras, de 52 anos, morreu em 15 de fevereiro, enquanto Willis Penna de Oliveira, de 51, foi a óbito em 16 de março. Eles consumiram o produto, que é vendido para todo o Brasil pela internet.

A Polícia Civil passou a investigar o caso quando o filho do casal procurou a delegacia dizendo que o pai a mãe estavam internados e que estavam ingerindo esse suposto óleo de semente de abóbora que eles tinham adquirido na internet por meio de um site.
O titular do 12º Distrito Policial, delegado Rodrigo Rosa, comentou que a partir dessa denúncia o produto foi enviado para análise.
"Enviamos o produto para análise do laboratório com análise no laudo preliminar já detectou que o produto não era semente de abóbora já tivemos um indício de que realmente poderia ter sido aquele produto que fez o casal ser internado e pedimos ao Judiciário a busque apreensão no endereço da empresa", comentou.
A perícia constatou que o conteúdo do frasco possuía glicerina e dietilenoglicol, um produto altamente tóxico, usado como solvente em diversos processos industriais e encontrado cervejas da indústria mineira Backer.
"Nesse suposto óleo foram encontradas glicerina e dietilenoglicol. A partir daí foi desenvolvida uma técnica para quantificar, por que é permitida ter até 0,10% de dietilenoglicol no produto. Na análise foi identificada a presença de 13% desse produto", informou a perita Oficial Criminal, Daniela de Paula.
Operações de buscas foram feitas na empresa que distribuí o óleo em São Bernado do Campo, em São Paulo, e o proprietário foi preso em flagrante.
"A busca foi cumprida pela Polícia Civil de São Paulo e a vigilância sanitária. No local se depararam com ambiente completamente improvisado, com o material armazenado inclusive ao lado de um vaso sanitário. O proprietário foi preso em flagrante por três crimes, estelionato, crime contra as relações de consumo e falsificação de produtos terapêutico", relatou o delegado.
O delegado ainda comenta que o acusado confessou ser o responsável pela produção do suposto óleo, mas que não achou que faria mal a alguém.
"Ele confessou que adquiria óleo de semente de abóbora, adicionava anilina, aromatizante, envazava e imprimia rótulos numa impressora improvisada para vender na internet. Ele disse achou que não faria mal para ninguém e que precisava de dinheiro", completou.
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