X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

ASSINE
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
ASSINE
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Política

"A democracia pode estar em mais risco do que imaginamos", alerta João Campos

Prefeito fala sobre o assunto ao receber membros da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos


Ouvir

Escute essa reportagem

Imagem ilustrativa da imagem "A democracia pode estar em mais risco do que imaginamos", alerta João Campos
|  Foto: Edson Holanda/Prefeitura do Recife

"A democracia pode estar em mais risco do que imaginamos", alertou o prefeito do Recife, João Campos, durante um encontro com membros da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, nesta quinta-feira (13).

O prefeito reforçou que a gestão municipal tem um compromisso firme com a preservação da memória histórica e com os direitos humanos, destacando a importância de ações para evitar retrocessos.

A reunião abordou os trabalhos realizados pela Prefeitura do Recife em parceria com a Comissão, que está no Recife desde terça-feira (11) para realizar diligências técnicas relacionadas a vítimas da ditadura militar.

"Sabemos, por mais que isso pareça algo inimaginável de se acontecer no dia de hoje, que a vida vem e mostra que se não tivermos a capacidade de estar lutando, cuidando, de regar essa semente e essa árvore que é a democracia, ela pode estar em mais risco do que imaginamos", afirmou João Campos.

João Campos também mencionou o histórico de perseguição política de sua própria família durante a ditadura militar. Seu bisavô, por exemplo, foi perseguido pela ditadura militar.

O encontro contou com a presença de Vera Paiva, integrante da CEMDP e filha do ex-deputado Rubens Paiva, desaparecido político durante a ditadura. O caso de Rubens Paiva é um dos mais emblemáticos do período, tendo sido relembrado recentemente no filme brasileiro indicado ao Oscar, Ainda Estou Aqui.

A visita da Comissão ao Recife faz parte de um esforço nacional para localizar e identificar vítimas da ditadura. No município, os trabalhos ocorrem nos cemitérios da Várzea e Santo Amaro, onde há suspeitas de inumações clandestinas.

COMISSÃO ESPECIAL CHEGOU A SER EXTINTA POR BOLSONARO

A equipe técnica atua com o apoio do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania. O CEMDP foi recriado em 2024, após ter sido extinto no governo Bolsonaro.

O secretário de Direitos Humanos e Juventude do Recife, Marco Aurélio Filho, destacou a importância da retomada das investigações. "A exigência da retomada do trabalho da Comissão aqui, no Recife, é fundamental para que novos casos possam vir à tona", afirmou.

No fim do dia, os membros da Comissão participam da inauguração de um busto em homenagem à militante política Soledad Barret Viedma, desaparecida durante a ditadura. A escultura será instalada na Rua da Aurora, ao lado do Monumento Tortura Nunca Mais, em mais uma ação da Prefeitura do Recife para reforçar o compromisso com os direitos humanos e a memória histórica.

MIGUEL ARRAES, BISAVÔ DO PREFEITO DO RECIFE

Miguel Arraes, um dos mais emblemáticos políticos de Pernambuco e do Brasil, foi vítima de perseguição política durante o regime militar, especialmente após o golpe de 1964. Na época, Arraes era governador de Pernambuco e se posicionava contra a ditadura, defendendo os direitos sociais e a autonomia dos estados, o que fez com que fosse considerado um adversário pelo regime.

Após o golpe de 1964, Miguel Arraes foi deposto do cargo de governador e exilado. Ele foi preso e, em seguida, banido do Brasil. Durante o período de exílio, Arraes viveu na Argélia, França e, mais tarde, no México, onde se manteve ativo na oposição ao regime militar e lutou pela volta da democracia no Brasil. Ele foi alvo de várias ações de repressão, como escutas ilegais, monitoramento e tentativas de descreditá-lo publicamente.

Sua trajetória política é marcada por sua luta em defesa da justiça social e dos direitos dos trabalhadores, o que o tornou um líder de resistência durante a ditadura. O exílio de Miguel Arraes durou cerca de 14 anos, até que ele retornou ao Brasil em 1979, após a anistia política que começou a ser implementada no governo de João Figueiredo, o último presidente militar.

Miguel Arraes não só resistiu ao regime, mas também foi fundamental na formação de uma imagem de liderança popular, alinhado com as causas democráticas e progressistas, o que o tornou um ícone político no Brasil, especialmente no contexto de Pernambuco.

Sua história, marcada pela perseguição e exílio, é muitas vezes lembrada como parte do legado de resistência à ditadura militar, ao lado de outros líderes como os deputados Rubens Paiva e o próprio João Amazonas.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: