UBER acusada por familiares de motorista assassinado de dificultar investigação
Antes de ser morto, José Ivanildo tinha avisado à plataforma que estava correndo riscos.
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Nesta sexta-feira (1), a plataforma Uber foi criticada por familiares do motorista José Ivanildo Alves de Souza, de 64 anos, de atrasar o repasse de dados e dificultar a investigação sobre seu assassinato. Antes de ser morto, ele tinha avisado à plataforma que estava correndo riscos.
Ele desapareceu na segunda-feira (27) e seu corpo foi localizado três dias depois, às margens da BR-101, próximo ao Hospital Dom Helder Câmara, no Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife. Estava numa vala, próximo ao meio fio, coberto por capim. O idoso estava com dois pertences: sua Bíblia e seus óculos.
Já o carro foi encontrado na Lagoa Encantada, no Ibura, Zona Norte do Recife. A TV Tribuna/Band (Canal 4), acompanhou o caso de perto com a repórter Rafaella Pimentel, da primeira edição do Jornal da Tribuna, comandado por Moab Augusto.
José Ivanildo estava num veículo de cor branca, do modelo Prisma, que tinha rastreador próprio. Seu automóvel, aliás, foi encontrado graças a este equipamento, sem ajuda do Uber.
Antes de ser assassinado, um passageiro que havia solicitado o transporte reportou queixa à Uber dizendo que o carro havia passado por ele com dois passageiros. Ele possivelmente foi abordado pelos criminosos no Ibura, no mesmo bairro onde seu veículo foi localizado, com danos na lataria, do lado esquerdo.
Pelo aplicativo, segundo os familiares, foi apenas possível saber os últimos pontos de embarque e desembarque das corridas no dia em que ele desapareceu, na segunda-feira (27). Mas os detalhes demoraram a chegar, segundo as investigações.
Os parentes que estiveram nesta manhã no Instituto de Medicina Legal, em Santo Amaro, no Centro do Recife, criticaram a empresa por passar informações com burocracia, mesmo diante do ocorrido. José Ivanildo havia saído de casa às 19h da última segunda-feira (27) e falado com a família pela última vez por volta das 21h.
O idoso trabalhava como motorista de aplicativos há cinco anos, no período diurno, e traçava metas de atendimento para cumprir ao dia e manter a família. Há poucos meses, ele começou a trabalhar à noite, período considerado mais arriscado, e gerar mais cuidados da família.
O caso agora passa a ser investigado pela 14ª Delegacia de Homicídios, sendo considerado um latrocínio. Não havia perfurações de bala na vítima e compras também foram feitas no cartão do motorista após a morte.
Perto de uma escadaria no Ibura, onde estava o carro, havia seu celular e outros pertences, mas não tinha dinheiro. Segundo as investigações iniciais, ele pode ter sido morto por asfixia e tinha marcas de traumatismo na cabeça.
Parentes da vítima afirmaram que ele seria enterrado no cemitério do povoado Tapera de Santa Maria, do município Glória de Goitá, no interior de Pernambuco.
Por meio de nota, a Uber se posicionou, dizendo estar colaborando para resolver o crime.
“A Uber lamenta profundamente que cidadãos sejam vítimas da violência urbana que permeia nossa sociedade. Prestamos toda nossa solidariedade à família de José Ivanildo Alves de Souza neste momento tão difícil. A Uber já está colaborando com as investigações, na forma da lei, e espera que os responsáveis pelo crime sejam punidos.”
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