Justiça por Mirelly: feminicida condenado a 22 anos em Abreu e Lima

A decisão unânime do conselho de sentença reconheceu a autoria do crime

Da Redação da Tribuna Online PE | 13/03/2024, 17:06 17:06 h | Atualizado em 13/03/2024, 17:06

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/img/inline/170000/372x236/Justica-por-Mirelly-feminicida-condenado-a-22-anos0017158300202403131706/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fimg%2Finline%2F170000%2FJustica-por-Mirelly-feminicida-condenado-a-22-anos0017158300202403131706.jpg%3Fxid%3D754918&xid=754918 600w, O juiz Felipe Arthur Monteiro Leal presidiu o júri. O magistrado delimitou a pena de 22 anos e dois meses de reclusão

Na tarde de quarta-feira (13), o Tribunal do Júri de Abreu e Lima condenou Edvaldo de Moura Oliveira a 22 anos e 2 meses de reclusão pelo feminicídio de sua ex-companheira, Mirelly dos Santos Oliveira.

A decisão unânime do conselho de sentença reconheceu a autoria do crime, qualificado por motivo torpe, emprego de meio cruel e feminicídio.

Segundo as investigações, o crime aconteceu no dia 8 de novembro de 2017. Edvaldo, na época separado de Mirelly há cerca de dois meses, dirigiu-se à casa da vítima com o pretexto de visitar o filho.

Lá, ele a agrediu com uma barra de ferro, derramou gasolina sobre ela e ateou fogo em seu corpo. A jovem, com apenas 22 anos, sofreu queimaduras graves e faleceu 15 dias depois no Hospital da Restauração.

A mãe de Mirelly, Miramir dos Santos Oliveira, presenciou o ataque brutal e relatou o sofrimento da filha em seu depoimento. O promotor de Justiça José Edivaldo da Silva, por sua vez, destacou a premeditação do crime e o desprezo do réu pela condição de mulher da vítima.

"Ele é um perigo para a sociedade e para qualquer mulher que passe na vida dele. Ele tocou fogo nela, jogou gasolina e tacou na minha única filha. Ele já tinha esfaqueado a primeira mulher e tocou fogo na minha filha”, disse a mãe ao longo do dia, muito abatida.

O juiz Felipe Arthur Monteiro Leal presidiu o júri. O julgamento contou apenas com uma testemunha de acusação, a mãe de Mirelly, além do interrogatório do acusado e das alegações tanto da acusação quanto da defesa de Edvaldo. Ela depôs sem a presença do réu.

Segundo o Promotor de Justiça José Edivaldo da Silva, responsável pela acusação, o condenado mostrava desprezo pela condição de mulher da vítima.

“O homem precisa respeitar a mulher. Abreu e Lima não aceita o assassinato cruel de uma jovem na frente de um garoto de quatro anos de idade”, comentou ele, acrescentando que o homem também demonstrou ódio e misogenia no crime.

O réu negou que tivesse premeditado o crime, mas confessou o assassinato. Disse que tinha cometido o feminicídio por ciúmes, uma reação a um caso extraconjugal. A tese foi rebatida pela promotoria.

O promotor apontou para os jurados que o réu já não morava junto com Mirelly e que, no seu entendimento, a ida de Edvaldo de Moura Oliveira para o local do crime com combustível e uma barra de ferro seria um indício de planejamento prévio.

No mesmo dia da morte da vítima, a Justiça decretou a prisão preventiva do acusado, que foi capturado em 28 de novembro de 2017 pela Polícia Civil. Desde então, o réu encontra-se preso.

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