Vidas interrompidas: as sete mortes que deixaram o Recife e a RMR de luto
Sete pessoas morreram em Recife e região metropolitana durante as chuvas. Afogamentos e descargas elétricas expuseram perigos ocultos sob a água
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A chuva que caiu sobre a Região Metropolitana do Recife nas últimas horas trouxe consigo a tragédia. Sete mortes foram confirmadas de ontem para a manhã desta quinta-feira (6). No Instituto de Medicina Legal, neste período de tempo, o fluxo de viaturas não cessava. Corpos chegaram um após o outro.
Entre eles, o de Juan Pablo da Silva Melo, 21 anos. Saiu de casa para um curso de informática no bairro da Boa Vista, mas não chegou ao destino. Na Rua Dom Bosco, no centro do Recife, a água tomou as ruas e, com ela, um perigo invisível. Uma descarga elétrica interrompeu sua caminhada. O laudo médico confirmou a causa da morte.
A mãe, Eliene, ouviu a última ligação do filho. “Ele disse: ‘mãe, eu tô aqui na rua, para ir para o curso, não pode passar não, que tá muita água’. Eu disse: volta e pega o ônibus voltando pra casa, você vai ficar fazendo o que aí? Ele contou: ‘mãe, o ônibus vai demorar muito, que tá engarrafado aqui na Conde da Boa Vista. Eu vou para o Derby, o ônibus tá demorando. Eu vou pro Derby para pegar PE-15’. Então ele chegou ali e ele não foi mais pra lugar nenhum.”
No mesmo IML, Edvaldo Jovino esperava pelo sobrinho, Raphael, 39 anos. Morava no bairro da Estância e tinha problemas de saúde. A casa inundou, o corpo foi retirado pelos vizinhos antes que as equipes de resgate chegassem. “Acredito que ele teve convulsão, mas a casa estava cheia de água e ele morreu afogado”, disse o tio.
Na zona oeste do Recife, em Jardim São Paulo, um jovem de 18 anos buscou apoio contra o alagamento. Encostou-se a uma parede, mas ali também havia um risco oculto. Uma descarga elétrica atingiu Valdomiro Simões da Silva Neto. O socorro o levou ao Hospital Otávio de Freitas, onde médicos tentaram reanimá-lo. Não resistiu. Na mesma noite, a entrada do hospital estava alagada.
As chuvas passaram, mas a cidade amanheceu em luto. As mortes, espalhadas em diferentes bairros, revelam um mesmo enredo: a vulnerabilidade de quem caminha sob a água sem saber o que há debaixo dela.
As mortes não pararam. Na madrugada desta quinta-feira, mãe e filha, respectivamente Maria da Conceição Braz de Melo, 51 anos, e Nicole Melo, 23, morreram em deslizamento de barreira de Passarinho, na capital.
Em Camaragibe, um trabalhador que se deslocava para o trabalho caiu num canal, nas imediações da Agência Bradesco, e morreu afogado. O corpo de André Fernandes da Silva Campelo foi Arrastado pelas águas até o bairro de Vila da Fábric e resgatado no início da noite.
Já Miriam Vitória Amorim da Silva, de 24 anos, morreu na Avenida Cabral de Souza, em Paulista. Segundo vizinhos e o Samu, corpo tinha sinais de descarga elétrica. A Neoenergia descartou vazamento nas imediações onde ela faleceu.
São pessoas com histórias de vida cujas mortes deixaram as cidades de Luto. Mais um luto em período de chuvas.
Veja a matéria completa no Jornal da Tribuna 1ª Edição, conduzido por Moab Augusto
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