Surtos de dengue pelo sorotipo 3: Pernambuco confirma casos após 15 anos
Estado antecipa Plano de Contingência das Arboviroses, que seria para 2024
Escute essa reportagem

Pernambuco confirmou quatro casos de dengue causados pelo sorotipo 3 do vírus (DENV-3), uma variante não identificada no Estado há mais de 15 anos, conforme análise do Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen-PE) e confirmação da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE).
Os casos foram todos identificados na cidade de Paulista, a cerca de 15 km da capital Recife, e as amostras pertencem a moradores do mesmo endereço. A circulação dos sorotipos já vinha sendo observada nos últimos meses em território nacional. Todos os contaminados eram da mesma família.
Os sintomas da dengue tipo 3 são semelhantes aos de outras formas da doença e podem incluir febre alta, dor de cabeça, dores musculares e articulares, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas e, em casos mais graves, sangramento.
A Fiocruz havia alertado sobre o ressurgimento do sorotipo 3 com mais intensidade, já que não circulava significativamente no Brasil há mais de 15 anos. A nova identificação em Pernambuco levou o estado a antecipar, no dia 21, o Plano de Contingência das Arboviroses que seria para o próximo ano.
É importante destacar que, ao contrário do Chikungunya e Zika, que possuem apenas um sorotipo e infectam as pessoas uma vez, aqueles que tiveram outros sorotipos da dengue ficam mais vulneráveis a desenvolver a forma mais grave da doença.
Cabe ressaltar que, enquanto a vacina contra a dengue desenvolvida pela Takeda foi aprovada pela Anvisa em março deste ano e está disponível em clínicas particulares desde julho, ainda aguarda avaliação da Conitec para possível inclusão no SUS. O governo prioriza uma vacina em desenvolvimento pelo Instituto Butantan, com previsão de liberação pela Anvisa apenas em 2025.
Segundo o Ministério da Saúde, até o mês de abril deste ano, o estado de Pernambuco notificou mais de 6,2 mil novos casos prováveis de dengue. Mas não a atual que mais preocupa, a do tipo III.
O índice apresenta um aumento considerável em relação ao mesmo período do ano passado, no entanto, o crescimento não se restringe à dengue. Dados do Ministério da Saúde apontam que os casos prováveis de Zika, também até abril de 2023, chegaram a 67. Em 2022, os números eram 4,7 mil e 49, respectivamente.
O que o governo e cada pessoa podem fazer?
1) Eliminação de Criadouros:
Remova recipientes que acumulem água parada, como pneus velhos, garrafas, latas e recipientes plásticos.
Mantenha pratos sob vasos de plantas secos e evite o acúmulo de água em bandejas de ar-condicionado.
2) Limpe regularmente calhas e mantenha-as desobstruídas.
3) Uso de Repelentes:
Utilize repelentes de mosquitos na pele exposta, especialmente durante o amanhecer e o entardecer.
Utilize telas em portas e janelas ou durma sob um mosquiteiro.
4) Medidas Individuais:
Use roupas de manga longa e calças compridas, especialmente em áreas de alto risco.
Evite áreas infestadas de mosquitos, se possível.
5) Controle de Vetores:
Promova programas de controle de vetores, como a aplicação de inseticidas em áreas propensas à reprodução do mosquito Aedes aegypti.
Incentive o uso de larvicidas para tratar reservatórios de água onde o mosquito deposita seus ovos.
6) Conscientização Comunitária:
Realize campanhas de conscientização para educar a população sobre a importância de eliminar criadouros.
Estimule a participação ativa da comunidade no combate à dengue.
7) Monitoramento Epidemiológico:
Mantenha um sistema eficiente de monitoramento epidemiológico para identificar rapidamente áreas com surtos de dengue.
8) Vacinação:
Incentive a vacinação quando disponível e aprovada pelas autoridades de saúde.
9) Colaboração entre Setores:
Estimule a colaboração entre setores governamentais, organizações não governamentais e a comunidade para implementar estratégias eficazes de combate à dengue.
10) Manutenção de Ambientes Limpos:
Promova a limpeza regular de quintais e terrenos baldios para evitar o acúmulo de lixo que possa se tornar criadouro.
Comentários