Revelações: homem mata companheira e pede a uma criança que ajude a lavar o corpo
Durante a 1ª audiência de instrução, em Igarassu, foi revelado que Antônio Paulino ainda expôs uma criança a uma crueldade
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O feminicídio de Aline Bezerra da Silva, técnica em raio-X de 30 anos, começou a ser julgado nesta terça-feira (12), no Fórum de Igarassu. O acusado, Antônio Paulino da Silva, de 54 anos, está preso e participou da audiência de forma online. Mas poucos sabiam sobre a barbárie que se escondia atrás do crime, revelada por familiares da vítima antes da 1ª audiência de instrução.
Antônio matou a companheira por ciúme e chegou a pedir a criança conhecida, que tinha apenas 8 anos, para ajudar a lavar o corpo da mulher mesmo depois de ela estar sem vida. Ele justificou que a mulher tinha passado mal e vomitado.
A cortina de fumaça
Nos primeiros dias após o crime, o homem ainda fingiu que a mulher haviaido a uma Casa Lotéria e desaparecido. Ele ajudou a espalhar cartazes pela cidade. O caso foi divulgado no Jornal da Tribuna 1ª Edição, comandado por Artur Tigre, em matéria apurada por Rafaella Pimentel.
Os detalhes sobre a criança não serão aprofundados devido às normas do Estatuto da Criança e do Adolescente. É mais um caso chocante diante de tantos feminicídios ocorridos em Pernambuco. Somente esta semana, foram quatro.
O crime aconteceu há um ano, em fevereiro de 2024, no Abreu e Lima, também na Região Metropolitana do Recife. Pelos relatos das testemunhas, Antônio estrangulou Aline dentro de casa, depois envolveu o corpo em sacos plásticos e o enterrou em um terreno baldio em Paulista.
Antes disso, chamou um menino e ordenou que ele ajudasse o corpo da mulher. "Ele disse à criança que (ela) estava passando mal, vomitando. O menino, inocente, ajudou a enxugar o corpo sem saber que ela já estava morta", relatou Clênia Bezerra, mãe da vítima.
Por três dias, Antônio sustentou a mentira de que Aline havia saído para pagar uma conta em uma lotérica e nunca mais voltado. Mas a investigação revelou a farsa. Pressionado, ele confessou o crime. A brutalidade não parou por aí. Após matar e enterrar a vítima, o homem desenterrou o corpo e o levou para outro local, perto de um cemitério.
O casal viveu junto por dez anos. "Depois de matar, ele botou ela na cama, esperou a madrugada e a levou para enterrar. A crueldade dele foi além: ameaçou o pai e a mãe de Aline depois do crime", afirmou a mãe.
Na audiência de hoje, estavam previstos os depoimentos de três testemunhas do Ministério Público e do próprio réu.
Após essa fase, acusação e defesa apresentarão suas alegações finais, e a juíza decidirá se Antônio Paulino irá a júri popular. A família de Aline pede justiça. "Ela só queria viver, criar o filho e terminar os estudos. Nada vai trazê-la de volta, mas ele precisa pagar pelo que fez", disse a assistente de acusação, Penha Diniz.
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