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Cidades

Operação faz captura recorde em Fernando de Noronha de 140 peixes-leão

O peixe-leão (Pterois volitans), nativo da região indo-pacífica, consome até 20 peixes em apenas 30 minutos e chegou à ilha em 2020


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Imagem ilustrativa da imagem Operação faz captura recorde em Fernando de Noronha de 140 peixes-leão
O predador pode se reproduzir rapidamente, colocando até 30 mil ovos de uma vez |  Foto: Divulgação

Uma operação de mergulho resultou na captura recorde de 140 peixes-leão em um único monitoramento, em Fernando de Noronha. A ação foi conduzida pelo Centro de Mergulho Sea Paradise, parceiro do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - (ICMBio-Noronha). A informação é do site da ICMBio.

O peixe-leão (Pterois volitans), nativo da região indo-pacífica, foi avistado pela primeira vez no Brasil em 2014, sendo registrado no arquipélago em 2020. Desde então, mais de mil foram capturados em Noronha. Este predador voraz consome até 20 peixes em apenas 30 minutos e pode se reproduzir rapidamente, colocando até 30 mil ovos de uma vez

De acordo com Fernando Rodrigues, mergulhador e diretor da Sea Paradise, os mergulhos ocorreram em quatro pontos, sendo três localizados no Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha e um na Área de Proteção Ambiental (APA), marcando o último monitoramento de 2024.

“Nosso foco foi explorar pontos já mapeados para verificar a taxa de repovoamento do peixe-leão, identificando a densidade e os tamanhos da espécie. O menor peixe-leão media apenas 10 centímetros, enquanto o maior ultrapassou 45 centímetros. Essa foi a operação com maior número de captura até o momento”, disse Rodrigues.

Rodrigues reforçou o compromisso com a conservação ambiental. “Nós estamos comprometidos com apoio às pesquisas científicas por acreditar na importância na manutenção do bem-estar do meio ambiente. Atuar no manejo dessa espécie invasora reafirma o nosso compromisso, garantindo a longevidade das espécies marinhas que são, direta ou indiretamente, ameaçadas pela proliferação do Peixe Leão”, afirmou.

.Segundo Pedro Pereira, coordenador do Projeto Conservação Recifal (PCR), os peixes-leão estão concentrados em áreas mais profundas, mas há uma tendência de migração para regiões rasas.

“É importante destacar que essas capturas foram feitas em áreas que não têm sido manejadas com frequência, o que mostra também que a população está aumentando devido a essa falta deste trabalho de captura dos bichos, aumentando mais ainda a necessidade de colaboração, de inclusão de novas operadoras, incentivo à pesquisa, para que o manejo continue", destacou.

Pereira também citou a possibilidade de liberar o consumo da espécie como forma de controle populacional. “A gente está trabalhando para tentar liberar o consumo, para que faça com uma pressão maior de diminuir a população dos bichos”, relatou.

"O Núcleo de Gestão Integrada (NGI) do ICMBio-Noronha também acredita na estratégia de viabilizar o consumo do peixe-leão", afirma Lilian Hangae, chefe do NGI - Noronha. Por enquanto o órgão incentiva as operadoras de mergulho a continuarem o manejo.

“Sem predadores naturais, o peixe-leão consome os animais marinhos nativos. Uma população crescente pode prejudicar a biodiversidade e a economia do mergulho. “Colaborar com o manejo do peixe-leão é contribuir para a sustentabilidade”, concluiu Hangae.

O ICMBio-Noronha oferece capacitações para captura do peixe-leão aos profissionais das operadoras de mergulho. Interessados em receber a qualificação devem entrar em contato pelo telefone: (81) 9115-6860.

Lilian Hangae, chefe do ICMBio em Fernando de Noronha, também informou que o órgão não possui infraestrutura para armazenar os peixes-leão capturados. Assim como ocorre com outros animais recolhidos na ilha, eles serão encaminhados para estudos de pesquisadores às seguintes instituições:

Projeto Conservação Recifal;

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE);

Universidade Federal Fluminense (UFF);

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN);

Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

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