Mãe e filha morrem após deslizamento de barreira na Zona Norte do Recife

A barreira desabou por volta das 3h da madrugada no bairro de Passarinho |  Foto: Rafaella Pimentel/TV Tribuna PE

Mãe e filha morreram, na madrugada desta quinta-feira (6), após o deslizamento de uma barreira no Córrego da Bica, no bairro de Passarinho, na Zona Norte do Recife.

Por volta das 3h da madrugada, Maria da Conceição Braz de Melo, de 51 anos, e Nicole Melo Braz de Souza, de 23 anos, estavam dormindo em quartos separados quando a barreira caiu com tudo sobre elas.

O terceiro morador da casa, o filho e irmão das vítimas, estava trabalhando em um posto de gasolina no momento da tragédia.

O Prefeito do Recife, João Campos, esteve no local, juntamente com o Corpo de Bombeiros. Em nota, ele informou que as equipes da Defesa Civil e da Assistência Social estão no local para dar suporte aos familiares.

Já na noite desta quarta-feira (5), um homem morreu eletrocutado em Jardim São Paulo, na Zona Oeste do Recife.

Valdomiro Simões da Silva Neto, de 18 anos, estava voltando do trabalho (CEASA), quando recebeu uma forte descarga elétrica em uma casa abandonada que estava vazando corrente.

Ele encostou na estrutura da casa (parte da parede de frente) porque a rua estava alagada e tentou se equilibrar na bicicleta.

Após o choque, ele sofreu uma parada cardíaca no local e foi socorrido. Valdomiro foi levado para o Hospital Otávio de Freitas, foi reanimado, chegou a ficar na emergência, mas não resistiu.

Com essas 3 vítimas fatais, chega a 7 o número de mortes no Grande Recife (5 na capital pernambucana) por conta das fortes chuvas que vêm castigando a região nos últimos dias.

7 MORTES CONFIRMADAS POR CONTA DAS CHUVAS

- 1 homem por choque elétrico no bairro do Derby, na área central do Recife

- 1 homem afogado no bairro da Estância, na Zona Oeste do Recife

- 1 homem afogado em Camaragibe, no Grande Recife

- 1 mulher por choque elétrico em Paulista, no Grande Recife

- 1 homem morto por choque elétrico em Jardim São Paulo, na Zona Oeste do Recife

- 2 mulheres (mãe e filha) no deslizamento da barreira de Passarinho, na Zona Norte do Recife

RIO CAPIBARIBE

Por conta das chuvas, o Rio Capibaribe atingiu, na noite da quarta-feira (5), a cota de alerta no Recife, Camaragibe e São Lourenço da Mata.

Segundo a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), ao entrar no nível de alerta, a água do rio deixa de seguir o seu percurso natural e começa a extravasar, situação que aumenta de forma significativa o risco de inundação.

A recomendação da Apac é de que moradores de áreas que podem ser afetadas fiquem atentos aos alertas da Defesa Civil.

RECIFE SEGUE EM ALERTA MÁXIMO

Apesar das fortes chuvas darem uma trégua na manhã desta quinta-feira, o Recife segue em estágio de Alerta Máximo, com 2.300 profissionais mobilizados na força-tarefa para minimizar os impactos na cidade.

Nas últimas 24 horas, o acumulado de precipitação chegou a quase 200 mm, configurando a maior chuva já registrada no mês de fevereiro em toda a história da capital pernambucana.

A média histórica para o todo mês é de 91,4 mm e a máxima nesse período, antes, ocorreu em 2009, com 122,8 mm em 24 horas.

Apesar da previsão de diminuição das chuvas, a saturação do solo segue como um fator de risco, principalmente para áreas de morro e encostas, aumentando a possibilidade de deslizamentos.

Diante disso, a Prefeitura reforça a recomendação para que a população evite deslocamentos e, em caso de necessidade, procure locais seguros, seguindo as orientações da Defesa Civil.

Desde o início das chuvas, a Defesa Civil do Recife já recebeu 385 chamados, sendo 20 apenas nesta quinta-feira (6), incluindo pedidos de colocação de lonas e vistorias em áreas de risco.

A Autarquia de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) também registrou 63 chamados para quedas de galhos e árvores, dos quais 56 já foram atendidos e 7 seguem em andamento.

No trânsito, a Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) interditou três vias devido a alagamentos e quedas de árvores: Avenida Recife (entrada do Ibura), Avenida Dois Rios (próximo à Vila do Sesi) e Avenida João de Barros com a Rua da Hora, que precisou ser bloqueada para o restabelecimento da energia elétrica pela operadora devido a uma queda de árvore.

A assistência às famílias atingidas também tem sido prioridade. Até o momento, 224 pessoas estão acolhidas em cinco abrigos municipais, localizados no Oratório da Divina Providência (Campina do Barreto), CSU Bidu Krause (Curado), Igreja Batista do Coqueiral (Coqueiral), Igreja Batista do Caçote (Areias) e Igreja Batista Nacional (Coqueiral).

Ao todo, a Prefeitura mantém 12 abrigos ativos, com capacidade para mais de 800 vagas. A recomendação segue sendo para que moradores de áreas de risco busquem locais seguros e acionem os serviços municipais em caso de necessidade.