X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

ASSINE
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
ASSINE
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Cidades

Holiday é arrematado por R$ 21,5 milhões após seis anos de impasse

O Edifício Holiday, marco arquitetônico localizado em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, foi vendido nesta quinta-feira (20), por R$ 21,5 mil


Ouvir

Escute essa reportagem

Imagem ilustrativa da imagem Holiday é arrematado por R$ 21,5 milhões após seis anos de impasse
Prédio construído em 1957 está localizado em área valorizada da Zona Sul do Recife |  Foto: Reprodução/Redes Sociais

Organizado pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), o leilão determinado pela 7ª Vara da Fazenda Pública da Capital representou a segunda oportunidade de venda do imóvel. Na primeira tentativa, realizada em 30 de janeiro, o edifício não atraiu interessados. Naquela ocasião, o valor inicial do imóvel era de R$ 35,7 milhões.

O prédio voltou à venda nesta quinta, com uma redução de R$ 14 milhões no preço. O valor final da venda atingiu a marca de R$ 21.538.616,05, ultrapassando em apenas R$ 100 mil o valor inicial estabelecido para o segundo leilão.

O evento começou às 11h e foi encerrado às 11h27. O leilão foi realizado de forma online por meio da plataforma Lance Certo Leilões, do leiloeiro público oficial Luciano Resende Rodrigues.

LANCE ÚNICO

O único lance foi registrado às 11h20, originário do estado da Paraíba. Conforme estipulado no edital, havia a possibilidade de apresentação de uma contraproposta em um período de até 40 segundos, o que não aconteceu. A identidade do comprador não foi revelada. "A autoria do lance será revelada com a homologação da proposta nos autos do processo em breve", explicou o TJPE.

O TJPE também informou que o lance único foi dado na modalidade parcelado. Num prazo de 24 horas, o pagamento de 30% do valor precisa ser feito. O saldo restante será quitado mediante depósito judicial em até 12 parcelas mensais sucessivas, cujos valores serão corrigidos monetariamente pela tabela Encoge.

HISTÓRICO

Construído em 1956, o prédio segue como um símbolo urbanístico do Estado. Ainda assim, com o passar dos anos, a estrutura sofreu uma degradação, que culminou na sua condenação, em 2019. Havia risco de desabamento e ligações elétricas clandestinas que resultaram em risco de explosão.

Em 13 de março de 2019, aproximadamente três mil moradores foram obrigados a deixar o edifício. Quase seis anos depois, a antiga comunidade residente ainda deposita suas esperanças na melhor resolução possível para a situação, seja através do leilão ou por outros meios. O prédio possui 17 andares e 476 apartamentos no total.

A RETOMADA DO LEILÃO

A avaliação inicial de aproximadamente R$ 35 milhões para o edifício Holiday foi resultado de uma atualização do valor inicialmente determinado em abril do ano passado, quando uma vistoria técnica avaliou o imóvel em R$ 34.924.000. Naquela ocasião, engenheiros realizaram uma inspeção detalhada da estrutura para identificar o grau de deterioração.

O leilão do edifício estava previsto para ocorrer nos dias 22 e 23 de maio de 2024. No entanto, a ação foi suspensa após um pedido do Núcleo de Terras, Habitação e Moradia da Defensoria Pública do Estado de Pernambuco.

MAIS QUE UMA TRANSAÇÃO IMOBILIÁRIA

Para o desembargador Antenor Cardoso Soares Júnior, o leilão representava mais que uma simples transação imobiliária. Em sua decisão, ele alertou sobre os impactos para os antigos moradores e proprietários do Holiday, que poderiam sair prejudicados. Além disso, havia uma preocupação especial: a preservação da identidade arquitetônica do prédio, um ícone da paisagem recifense.

Mas o Holiday não ficou no limbo por muito tempo. Em novembro do ano passado, uma nova decisão judicial mudou o rumo da história. O TJPE autorizou a retomada do leilão, mas impôs uma condição crucial: o futuro comprador estaria proibido de demolir o edifício.

O PESO DA COMPRA

Levar o Holiday não é apenas arrematar um prédio; é assumir uma responsabilidade. Quem deu o lance vencedor terá que restaurar a estrutura respeitando o Plano Diretor do Recife, garantindo que as linhas gerais do edifício permaneçam.

O TJPE também detalhou no edital uma série de diretrizes para manter as características marcantes do conjunto. Entre elas, estão: A preservação das janelas em fita, um traço icônico do projeto; os volumes geométricos que avançam pela fachada principal; a forma em meia-lua do edifício vertical e o volume elíptico anexado à escada.

O cobogó da fachada oeste, que, apesar de ter sua função original alterada, ainda poderá ser usado como suporte para a instalação de plataformas de ar-condicionado. O Holiday pode ter mudado de dono, mas seu passado segue esculpido no concreto. Agora, resta saber se o novo proprietário fará jus ao legado desse edifício que, mesmo em ruínas, continua a contar sua história.

O novo dono do Holiday terá que seguir regras rígidas ao restaurar o edifício. Nada de materiais que distorçam sua identidade original ou apaguem seus traços mais marcantes. O prédio pode ganhar vida nova, mas sem perder a alma.

O QUE ISSO SIGNIFICA PARA OS ANTIGOS MORADORES?

De acordo com o Edital de Leilão e Intimação do TJPE, o dinheiro arrecadado com a venda não será distribuído diretamente aos ex-residentes. Primeiro, será usado para quitar pendências: possíveis dívidas trabalhistas, tributos sobre o imóvel, débitos com concessionárias de serviços públicos e até o ressarcimento à Prefeitura do Recife pelos gastos com a administração judicial do prédio.

Além disso, parte do valor cobrirá os custos da perícia que avaliou a estrutura. O destino do Holiday está selado, mas o que o futuro reserva para aqueles que um dia o chamaram de lar ainda é uma incógnita.

Só depois de todas as dívidas quitadas é que o valor restante será destinado aos moradores que conseguirem comprovar oficialmente a propriedade de seus apartamentos no Edifício Holiday.

Outra questão que levanta dúvidas é a redução do lance inicial do prédio, que caiu de R$ 35 milhões para R$ 21 milhões entre uma chamada e outra. Essa desvalorização afeta diretamente o valor que cada morador poderá receber com a venda.

IMÓVEL NÃO PODE SER DEMOLIDO

O grupo vencedor do leilão não tem permissão para demolir o Holiday. Essa exigência atende à decisão do desembargador Antenor Cardoso, que incluiu a proibição de demolição do prédio no edital do leilão. O documento determina ainda que as reformas do edifício serão integralmente financiadas pelo arrematante e deverão seguir rigorosamente as diretrizes estabelecidas no Plano Diretor do Recife.

Essa redação deixa claro que a proibição da demolição é uma condição estabelecida pela justiça e que o novo proprietário do edifício tem a responsabilidade de realizar as reformas necessárias, arcando com todos os custos e seguindo as normas urbanísticas da cidade.

DESCRIÇÃO DO IMÓVEL

442 Apartamentos tipo studio, de 1 quarto com 18,03m²

034 Apartamentos tipo studio, de 2 quartos com 36,06m²

17 Lojas comerciais e boxes

Área de Terreno: 5.054,72m²

Área Construída: 15.221,80m²

Área Cobertura: 1.589,00m²

O TJPE informou que, se houver saldo restante, a Justiça irá repassá-lo aos proprietários que efetivamente comprovarem a propriedade dos apartamentos.

Quanto à redução do lance inicial entre as rodadas do leilão, o Tribunal explicou que a medida está de acordo com o Código de Processo Civil, conforme previsto na Lei nº 13.105, de março de 2015.

O processo de venda do imóvel teve seu início em 5 de abril de 2024, quando o então presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), desembargador Ricardo Paes Barreto, anunciou que o Judiciário iria realizar a alienação do Edifício Holiday. Essa decisão visava oferecer uma solução definitiva para os problemas sociais e urbanísticos relacionados ao caso do edifício.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: