Compesa inicia obras emergenciais para evitar colapso no abastecimento de Jucazinho

A intervenção permitirá o transporte de 400 litros de água por segundo do Rio São Francisco até a Estação de Tratamento de Água (ETA) Salgado

A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) está realizando obras emergenciais para evitar que a barragem de Jucazinho entre em colapso devido à grave escassez de chuvas. O objetivo é minimizar o impacto da crise hídrica e garantir o abastecimento de água nos municípios atendidos pelo sistema.

Nesta semana, começaram as obras para interligar a Adutora do Agreste ao Sistema Adutor de Jucazinho, em Caruaru. A intervenção permitirá o transporte de 400 litros de água por segundo do Rio São Francisco até a Estação de Tratamento de Água (ETA) Salgado. Isso assegurará o fornecimento de água à população de Caruaru e às demais cidades dependentes do sistema pelos próximos meses.

Além de Caruaru, o Sistema Jucazinho abastece cidades como Surubim, Casinhas, Salgadinho, Frei Miguelinho, Santa Maria do Cambucá, Vertentes, Vertente do Lério, Toritama, Cumaru, Passira, Riacho das Almas, Bezerros e Gravatá. A obra vai beneficiar cerca de 850 mil pessoas em 14 municípios.. O investimento nessa obra é de R$ 4,4 milhões.

“Com a adoção dessas medidas, preservaremos o volume restante de Jucazinho, garantindo o abastecimento de água até o próximo período de chuvas e minimizando o risco de desabastecimento total das cidades atendidas por esse sistema”, observa o presidente da Compesa, Alex Campos. Ele também destacou que, embora emergenciais, as obras terão impacto estrutural duradouro, ajudando a mitigar futuras crises hídricas.

Outro esforço em curso em Caruaru é a implantação de uma nova adutora de três quilômetros, que levará água da ETA Petrópolis até o reservatório Santa Rosa. Essa medida garantirá o abastecimento de bairros específicos, como Santa Rosa, Vassoural e Indianópolis, que antes dependiam exclusivamente de Jucazinho.

PREVISÕES CLIMÁTICAS ALARMANTES PARA O 1º TRIMESTRE DE 2025

As projeções climáticas para o primeiro trimestre de 2025 são alarmantes, com expectativa de chuvas abaixo do esperado e temperaturas mais altas, o que acelera a perda de água dos reservatórios. No momento, 12 mananciais estão em colapso, enquanto outros 29 estão em alerta. A barragem de Jucazinho, que transbordou pela última vez há quase 15 anos, apresenta atualmente apenas 5,76% de sua capacidade total, o ponto mais baixo desde 2020.

Caso as precipitações não sejam suficientes para recuperar os níveis dos mananciais nos próximos meses, a ampliação do calendário de abastecimento em diversas cidades pode ser necessária. No final de 2024, a Companhia já havia anunciado a extensão do calendário de fornecimento de água para 15 municípios da Região Metropolitana do Recife e outras áreas do Estado. Além disso, 51 cidades estão em estado de alerta e, dependendo das chuvas nos próximos dias, podem ter seus cronogramas de abastecimento alterados ainda em fevereiro.