Proposta nos EUA de taxar remessas é inaceitável e inconstitucional, diz presidente do México
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A presidente do México, Claudia Sheinbaum, classificou como "inaceitável" e "inconstitucional", nesta quinta-feira, 15, a proposta em tramitação nos Estados Unidos que pretende taxar as transferências bancárias em dólares por mexicanos ao país de origem. "Não estamos de acordo. Isso é, inclusive nos Estados Unidos, inconstitucional, porque implicaria em dupla tributação. As mexicanas e os mexicanos que vivem nos EUA já pagam impostos lá", criticou, durante a coletiva Mañanera del Pueblo.
Sheinbaum explicou que o governo mexicano, por meio da chancelaria e de seu embaixador em Washington, está dialogando com parlamentares americanos. "Não afeta só o México. O primeiro país que recebe remessas dos EUA é a Índia. Essa medida também prejudica muitos outros países da América Latina", disse.
O México também busca articular uma reação conjunta com os países afetados.
A presidente informou ainda que o Senado mexicano já se posicionou contra a proposta. "Propusemos a criação de uma comissão do Senado para conversar com os congressistas dos Estados Unidos. Amanhã vamos detalhar um pouco mais sobre as ações que vamos tomar", afirmou.
As remessas - transferências de dinheiro enviadas por trabalhadores no exterior a suas famílias - são uma fonte essencial de renda para milhões de mexicanos.
A proposta, se aprovada, poderá afetar também brasileiros e outros latino-americanos que vivem nos EUA, ao impor uma nova taxa sobre o envio de dinheiro, além dos impostos já pagos sobre a renda.
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