Por que Japão não consegue resgatar idoso que caiu em cratera há 4 dias
O caminhão dele foi engolido após um deslizamento de terra na região norte de Toquio
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Um motorista de caminhão de 74 anos segue preso em uma cratera na província de Saitama, ao norte de Tóquio, desde terça (28). A operação de resgate já entrou em seu quarto dia, informou o serviço internacional da emissora japonesa NHK na manhã de sexta (31).
Caminhão foi engolido pela cratera após deslizamento de terra em um cruzamento da via onde ele passava no município de Yashio. Outro trecho da pista cedeu pouco depois e a cratera acabou se expandindo, com os dois buracos no solo se fundindo.
Não há informações sobre o estado de saúde do motorista. O último contato que bombeiros conseguiram com o homem foi na terça, mas a comunicação foi perdida após novos deslizamentos que enterraram o caminhão sob solo e escombros, segundo a NHK.
Bombeiros ainda não haviam conseguido reestabelecer contato até meio-dia desta sexta (horário local), informou o jornal The Japan Times. Lama e outros destroços já formam uma pilha que atinge cerca de oito metros de altura até o momento; a operação de resgate passou revezes nos últimos dias com novos deslizamentos, segundo a BBC.
A área do colapso se expandiu para várias vezes o tamanho original e se tornou mais profunda, tornando as operações significativamente mais desafiadoras. Estamos tomando todas as precauções para garantir a segurança, enquanto trabalhando urgentemente para localizar o homem desaparecido. Corpo de Bombeiros de Yoshio ao Japan Times na quinta.
Autoridades japonesas estimam que a cratera tenha nesta sexta pelo menos 15 metros de profundidade, mas inicialmente eram apenas cinco metros. Casas da região foram evacuadas para garantir a segurança da população também em torno do local do acidente.
Na quinta (30), a água do esgoto dentro da cratera foi drenada. Então a equipe de resgate começou a cavar uma ladeira que permitiria a entrada de maquinário pesado para a retirada dos escombros sem o risco de um novo deslizamento.
O trabalho para reforçar o solo para a criação da ladeira de 30 metros de comprimento e quatro metros de largura já dura dias. O time envolvido na operação manteve os esforços durante a madrugada, mas a água voltou a correr dentro da cratera nesta sexta (31), de acordo com a NHK.
Drones, além de um radar que penetra o solo, têm sido utilizados para estimar a extensão do colapso. Mas a contínua erosão do terreno e a acumulação de água torna a situação ainda mais precária. As autoridades japonesas esperam completar a ladeira até o fim de sexta, utilizando sacos de areia para controlar a água. Além disso, uma operação paralela ocorre para desviar o fluxo da água da chuva, entre outros, para prevenir a desestabilização do solo. No entanto, é possível que a ladeira só se torne totalmente operável em alguns dias, de acordo com a NHK, o que coloca o motorista em risco ainda maior.
COLAPSO DA REDE DE ESGOTO
Oficiais da prefeitura acreditam que o primeiro desabamento foi causado pela ruptura de um cano de esgoto danificado. Água da chuva e de outros sistemas continuam invadindo a cratera, apesar dos esforços.
Nenhum problema havia sido identificado na última inspeção, realizada a cada cinco anos, segundo a Associated Press. No entanto, a infraestrutura do Japão seria antiga, com sistemas essenciais dos anos 60 e 70.
A prefeitura da província de Saitama pediu a seus cerca de 1,2 milhão de habitantes em 12 municípios para limitar o uso de água não potável. Esta é uma tentativa de reduzir o estresse no sistema hidráulico local. Adachi Ward, área vizinha a Tóquio, permitiu que moradores utilizassem gratuitamente 23 banheiros públicos.
O ministro do Transporte afirmou que o governo vai considerar medidas necessárias para fortalecer o sistema de esgoto do país, segundo a agência Jiji Press. Hirosama Nakano prometeu que as decisões serão tomadas com base nas investigações das causas deste acidente.
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