Países grandes, que deveriam proteger o mundo, estão causando guerras, diz integrante da UE
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A chefe de Relações Exteriores da União Europeia (UE), Kaja Kallas, afirmou que não há alternativa para a paz mundial além de uma força-tarefa coletiva de diversos países para alcançar esse objetivo. Durante discurso na Conferência de Segurança de Munique, Kallas enfatizou a necessidade de revisar as leis internacionais de proteção estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU), adaptando-as aos desafios atuais.
"As regras da ONU estão lá, mas não há consequências para os países que as violam", acrescentou. "A ONU determina que as armas nucleares devem ficar com os países grandes, não com os pequenos, para garantir a paz e proteger o mundo. No entanto, são esses países com poderio nuclear que estão causando as guerras", completou.
Para Kallas, a Europa é um "parceiro confiável", especialmente em tempos de incertezas globais, como conflitos armados e a iminência de guerras comerciais. "Mas nossa maior preocupação agora é a guerra na Ucrânia. A guerra continua sendo uma ameaça real para o continente europeu", afirmou, defendendo que as negociações de paz devem ser iniciadas o mais rápido possível.
Volker Turk, alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, concordou com as observações de Kallas sobre as leis internacionais e reforçou que "se um mundo multipolar não tem regras, tudo se torna um caos". Ele também destacou que, além das discussões políticas, "toda vida deve ser respeitada em tempos de guerra", defendendo a adoção de regras mais rígidas em relação à ajuda humanitária para conflitos.
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