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Internacional

Criador de critpomoeda pivô de escândalo em governo Milei nega ter subornado irmã do presidente


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Após a publicação de uma série de supostas mensagens escritas pelo empresário Hayden Davis, um dos criadores da criptomoeda $Libra, afirmando que fazia pagamentos e "controlava" o governo do presidente argentino, Javier Milei, assessores do empresário vieram a público desmentir essas versões e afirmar que tais conversas não existem.

Nas trocas de mensagens obtidas pelo jornal La Nación e pelo site especializado em criptoativos Coin Desk, Hayden Davis, um dos criadores da criptomoeda pivô do escândalo que abalou Milei, teria afirmado que fazia pagamentos à Karina Milei, irmã do presidente e secretária-geral da Presidência. O objetivo seria obter influência dentro do governo.

A principal mensagem teria sido enviada em 11 de dezembro passado, antes do atual escândalo do criptogate. Era para um executivo de uma empresa de investimento em criptomoedas. Davis buscava lançar um memecoin (ativos financeiros digitais baseados em tendências, ou memes, da internet, como a própria $Libra) vinculado a Milei.

Ele diz: "Genial, também podemos fazer com que Milei compartilhe no X, faça reuniões com a pessoa e promova [a criptomoeda]. Eu controlo esse nigga [termo racista em inglês]."

O interlocutor lhe diz que aquilo era uma loucura, e ele acrescenta: "Envio dinheiro à sua irmã [Karina Milei] e ele assina o que digo e faz o que quero. Uma loucura."

Em outra das conversas, pessoas que haviam investido na $Libra dizem que Hayden Davis estava "fora de controle". "Louco; ele sentia que tinha descoberto a fórmula de imprimir dinheiro."

Até o momento, não há evidências de que os pagamentos tenham realmente ocorrido, e a Casa Rosada não comentou o teor das mensagens.

Após a divulgação do conteúdo, Michael Padovano, um porta-voz de Davis, falou com o site Coindesk para fornecer sua versão. O Coindesk foi o primeiro veículo a publicar a versão do pagamento. "Em mensagens de texto revisadas, Hayden Davis, CEO da Kelsier Ventures, afirmava que podia 'controlar' Milei devido aos pagamentos que tinha estado fazendo a Karina Milei, uma figura poderosa no Governo", assinalava a nota do site especializado.

O porta-voz do criador da $Libra disse que "diferentes notas na imprensa afirmam que paguei ao presidente Javier Milei ou à sua irmã, Karina Milei, para lançar a memecoin Libra. São completamente falsas. Nunca fiz nenhum pagamento a eles, nem eles o solicitaram. Sua única preocupação era assegurar que os lucros da Libra beneficiassem o povo e a economia da Argentina. Isto não é mais que um ataque politicamente motivado contra o presidente Milei", escreveu.

Karina Milei, apelidada de El Jefe pelo próprio presidente, é considerada a principal porta de acesso ao presidente argentino. É um papel que ela sempre teve, encorajar e aconselhar em particular seu irmão mais velho, mas como secretária da Presidência ela também é responsável por autorizar ou negar muitas das visitas que Milei recebe.

Além de receber Davis, Milei reuniu-se com Julian Peh, o diretor executivo da KIP Protocol, outra das empresas implicadas no lançamento da $Libra.

Em ambos os casos, o nexo foi Mariano Novelli, dono de uma empresa de formação financeira, N&W Professional Partners, na qual Milei deu aulas e que foi um visitante frequente à Casa Rosada nos últimos meses.

Em 15 de janeiro, num chat grupal de cripto, Davis revelou que seu objetivo era "tirar o máximo" possível da operação diante da pergunta sobre se pretendia manter o aumento do valor do $Libra ou distribuir rapidamente os lucros.

Um mês depois, em 14 de fevereiro à tarde, Milei recomendou $Libra em um postagem no X. Ele o apresentou como um "projeto privado" dedicado a "incentivar o crescimento da economia argentina".

A partir desse momento, a demanda pela criptomoeda disparou e inflou seu valor até que os investidores majoritários retiraram lucros de 90 milhões de dólares e a $Libra colapsou. Em meio a questionamentos e acusações de fraude, Milei apagou o tweet e alegou que "não estava familiarizado" com o projeto.

O maior beneficiado do lançamento da memecoin baseada em Solana foi Davis e Kelsier Ventures (sua empresa). As carteiras controladas pelas entidades geraram mais de 100 milhões de dólares nas primeiras horas de $LIBRA graças ao uso de informação privilegiada. Foi quando disparou a 5 dólares e depois despencou mais de 95%.

O porta-voz presidencial da Argentina, Manuel Adorni, disse na terça-feira, 18, antes da divulgação das mensagens, que é "insultante" especular que tenha havido subornos no caso. "Entendemos que não houve nenhuma atitude que fosse contra a ética pública", disse.

Milei deu uma entrevista a uma TV local na segunda-feira, 17, para falar sobre o tema. Ele garantiu que divulgou a moeda como costuma fazer com outras iniciativas privadas, motivado por sua condição de "tecno otimista". Mas o assunto acabou ofuscado pelo fato de o programa ter sido editado a pedido de seu assessor, Santiago Caputo, atualmente uma das pessoas com mais poder político na Argentina.

Antes da entrevista ser veiculada, o entorno de Milei vinha tentando afastar o presidente da crise. Em conversas reservadas, funcionários da Casa Rosada disseram ao Clarín que Milei teria sido "enganado" pelos operadores da moeda virtual.

Oficialmente, o último comunicado da Casa Rosada foi no emitido no sábado, quando o governo anunciou que acionaria o Gabinete Anticorrupção para apurar se houve conduta imprópria e lançaria uma investigação interna sobre o caso, o que foi criticado por opositores por ter pouca transparência, já que seria um órgão do Executivo investigando o próprio Executivo.

Internamente, o governo reconhece que ocorreram várias reuniões com os traders por trás da criptomoeda desde o ano passado, mas nega que Javier Milei tenha responsabilidade sobre o prejuízo milionário das pessoas que investiram na $LIBRA, segundo apuração do Clarin.

O próprio Javier Milei disse que conheceu Hayden Davis, criador da $LIBRA, no ano passado e que ele teria proposto uma estrutura para financiar empreendedores. "O tuíte foi escrito nesse formato. Eu expliquei que isso era para financiar os argentinos que têm projetos, mas não têm acesso a financiamento. E, no meio disso, aconteceram várias coisas", relatou.

Questionado sobre o impacto político, Milei disse que agiu de boa fé, mas aprendeu uma lição. "Não cometi nenhum erro porque agi de boa fé. Quando vejo a repercussão, posso dizer que tenho algo a aprender. Tenho que aprender que assumir a presidência e continuei sendo o Javier Milei de sempre. Infelizmente, isso me mostra que tenho que levantar barreiras, não pode ser fácil chegar a mim."

Milei se viu no centro da polêmica após anunciar na sexta-feira,14, no X, um projeto para financiar empresas locais, com link para a criptomoeda criada no mesmo dia. Pouco depois, ele apagou a publicação e a presidência negou que tivesse relação com a iniciativa.

O tema chegou à Justiça, que investiga o caso.

Ao menos um pedido de impeachment contra Milei já foi apresentado, ainda que sua viabilidade seja difícil diante da atual conformação da Câmara e do Senado locais.

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