Alemanha: Merz promete fortalecer unidade europeia e laços com EUA diante de desafios globais
Escute essa reportagem
Friedrich Merz, provável próximo chanceler da Alemanha, prometeu priorizar a unidade europeia e a segurança do continente diante dos desafios impostos pelo novo governo de Donald Trump nos EUA e pela guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Apesar da divisão interna dos países europeus, há expectativas de que Merz preencha o vácuo de liderança e fortaleça as relações transatlânticas. "Todos os sinais que recebemos dos EUA indicam que o interesse na Europa está claramente diminuindo e que a disposição de se envolver no continente está em queda", afirmou Merz. "Ainda assim, espero convencer os americanos de que é do nosso interesse mútuo manter boas relações transatlânticas."
O líder da União (CDU/CSU), que venceu a eleição nacional com 28,5% dos votos, precisa formar uma coalizão com os social-democratas do SPD, de Olaf Scholz. Merz descarta alianças com o partido de extrema-direita AfD, apesar da segunda colocação do grupo. Advogado de formação, teve sua ascensão política interrompida nos anos 2000 por Angela Merkel, que o descreveu como "um orador brilhante" e admitiu que a ambição de ambos foi um obstáculo. "Nós dois queríamos ser o chefe", escreveu em sua autobiografia Liberdade.
Após deixar o Parlamento em 2009, Merz atuou como advogado e presidiu o conselho da BlackRock na Alemanha. Retornou à política em 2018 e, após duas derrotas internas, assumiu a liderança da CDU em 2021. Durante a campanha, defendeu fortalecer a economia e endurecer as leis de imigração após um ataque cometido por um migrante em Aschaffenburg. Sua moção parlamentar para barrar mais migrantes foi aprovada com votos do AfD, gerando críticas e acusações de colaboração com a extrema-direita, o que ele nega.
Natural de uma região rural, Merz é descrito como "pé no chão" e defensor de valores conservadores. Casado com a juíza Charlotte Merz, tem três filhos adultos. Piloto amador, ele costuma voar de sua casa em Sauerland até Berlim. Fonte: Associated Press.
Comentários