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Esportes

Polícia sabia que torcidas de Sport e Santa Cruz planejavam briga com armas e bomba caseira


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Relatório da Delegacia de Polícia de Repressão à Intolerância Esportiva, órgão da Polícia Civil de Pernambuco que reprime crimes nos jogos de futebol, mostra que foram premeditados os conflitos de violência extrema entre torcidas organizadas de Santa Cruz e Sport neste sábado, 1.

O relatório, publicado inicialmente pelo Diário de Pernambuco e obtido pelo Estadão, foi elaborado para auxiliar a Secretaria de Defesa Social (SDS) no planejamento de ações preventivas e apresentado às autoridades na véspera do clássico.

Em nota, a gestão Raquel Lyra (PSDB) disse que o planejamento teve suporte da inteligência, monitoramento aérea e atuação integrada das forças seguranças, mas o confronto fugiu do “padrão esperado” (leia mais abaixo).

O governo estadual, em conjunto com representantes da Justiça e Ministério Público, determinou que os próximos cinco jogos do Sport e Santa Cruz sejam disputados com portões fechados, sem torcida. A medida foi publicada, no mesmo dia, em uma edição extra do Diário Oficial.

Sport e Santa Cruz lamentaram e repudiaram o episódio de violência na cidade por meio de notas oficiais.

Doze pessoas foram hospitalizadas por agressões físicas; não houve mortos, segundo a Polícia Militar de Pernambuco. Neste domingo, 2, quatro permanecem no Hospital da Restauração. Entre elas está um homem que foi espancado, teve suas roupas arrancadas e foi violentado sexualmente no meio da rua com uma barra de ferro.

Torcidas usaram redes sociais para convocação para os conflitos

O relatório da Polícia Civil detalha como integrantes das duas organizadas utilizaram as redes sociais para agendar as brigas de rua, que são chamadas de “pistas”. O documento traz também imagens com a convocação para os atos de violência.

  • “Vimos que os envolvidos se preparam para possíveis confrontos no dia 01/02/2025, aguardam com bastante expectativa. Como também conseguimos informes que os integrantes preparam bombas caseiras e barrotes com pregos para lesionar o rival com o maior dano possível, bem como danificar patrimônios privados e públicos no deslocamento até o estádio”, informa o relatório da Polícia Civil.

As torcidas, ainda de acordo com a polícia, usam veículos de apoio (carros e motos) em que são guardadas as armas. Por conta dessas características, o relatório policial classifica as agremiações como “associações criminosas”.

  • “Nos dias de jogos realizam um ajuntamento coordenado para o cometimento de diversos crimes contra o patrimônio e também contra a vida”, diz trecho do relatório.

O documento traz um mapeamento dos pontos considerados mais críticos pela Polícia Civil:

  • Zona Oeste: Cidade de Camaragibe e os bairro do Recife (Caxangá, Dois Irmãos, Cordeiro, Detran, Afogados e adjacências) e Avenida Norte;
  • Zona Norte: Cidades de Olinda e Paulista (PE 22 e PE 15);
  • Zona Sul: Jaboatão dos Guararapes (Prazeres, Jaboatão velho na saída de BR 232);

“Cabendo às forças de seguranças estaduais reforçarem o policiamento ostensivo geral (POG) no local do evento e em locais de encontros em comum, terminais de integrações, sistemas metroviários entre outros, visando coibir ações”, finaliza o documento.

Secretaria diz que ‘fatos fugiram do padrão esperado’

“Dentro do planejamento padrão são considerados fatores como trânsito, vias de acesso ao estádio, horários e rotas das torcidas, além da identificação de pontos estratégicos com risco de emboscadas ou confrontos. O planejamento conta com o suporte da Inteligência, monitoramento aéreo e atuação integrada das forças de segurança, para garantir a proteção dos torcedores, da população e do patrimônio público e privado”, informou a Secretaria de Defesa Social em nota ao Estadão.

“Apesar de todo o planejamento e da tentativa de antecipar possíveis crises, os fatos que ocorreram no último sábado (1º) fugiram do padrão esperado, exigindo uma resposta rápida e firme das forças de segurança. O efetivo atuou para evitar mortes e minimizar danos às pessoas e ao patrimônio, dispersando os grupos envolvidos e controlando os confrontos da maneira mais ágil possível”, continuou o órgão.

A Polícia Militar de Pernambuco informou que encaminhou 32 pessoas, envolvidas nas brigas entre as torcidas do Santa Cruz e Sport, às Delegacias de Polícia Civil, na Capital e Região Metropolitana do Recife. Antes do jogo, cerca de 650 pessoas foram conduzidas até o Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque). Após revista, 14 torcedores foram conduzidos à Central de Plantões da Capital (Ceplanc), onde seis foram presos em flagrante delito e encaminhados para audiência de custódia.

As demais oito pessoas, entre maiores e menores, tiveram procedimentos lavrados (TCOs), em seu desfavor. Quatro foram autuadas em flagrante na Delegacia de Paulista, e outras três foram presas em flagrante, no Cabo de Santo Agostinho, após um confronto no município.

Os casos serão investigados pela Delegacia de Polícia de Repressão à Intolerância Esportiva.

“Nós temos uma escolta que é feita das torcidas organizadas, só que isso pode irromper em qualquer lugar da Região Metropolitana. Foram 27 mil pagantes, se deslocando de vários locais, então o confronto pode ocorrer em qualquer ponto. Tinham 654 policiais, todos os recursos disponíveis da Região Metropolitana foram empenhados nessa ocorrência”, disse o secretário de Defesa Social Alessandro Carvalho, em entrevista coletiva, neste sábado, 1º, após os confrontos.

Relembre os conflitos das torcidas entre Santa Cruz e Sport

Os conflitos entre as torcidas organizadas de Santa Cruz e Sport neste sábado, 1º, antes do clássico pelo Campeonato Pernambucano, no Arruda deixaram rastros de violência por Recife.

Horas antes do “Clássico das Multidões”, as redes sociais multiplicavam cenas de brigas entre torcedores, correria e depredação nas ruas de vários bairros do Recife. Muitos torcedores carregavam pedras e pedaços de pau. Nos bairros da Madalena e da Encruzilhada, na Zona Norte, estabelecimentos comerciais fecharam as portas.

Um dos palcos de cenas dos conflitos foi o bairro Torre, na zona oeste da capital, onde muitas pessoas ficaram presas dentro de estabelecimentos para se proteger.

Vídeos nas redes sociais mostram um cenário de guerra na cidade. Em um deles, um rapaz, estirado no chão, nu, é violentado com um bastão de ferro.

Os dois clubes lamentaram e repudiaram o episódio de violência na cidade. Em nota, o Sport afirmou que repudia “veementemente os episódios de violência no Recife” e reforçou que não compactua com as cenas de barbárie. “(O clube) trabalha incansavelmente para combater qualquer tipo de ato de violência que use o futebol como plano de fundo.

O Santa Cruz condenou a violência antes do clássico. “O Santa Cruz vem a público condenar todos os atos violentos envolvendo torcedores nas ruas do Recife, neste sábado (1/2) e se coloca à disposição das autoridades e demais clubes para encontrar soluções e banir de vez à violência do futebol em Pernambuco”, diz a nota.

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