Marquinhos cita Neymar e mais brasileiros que mereciam título da Champions com PSG: ‘Na história’
Escute essa reportagem
A emoção de Marquinhos com o apito final da decisão da Champions League, neste sábado em Munique, deixa claro a felicidade e o alívio de, enfim, conquistar o tão sonhado título, em sua 12ª temporada pelo Paris Saint-Germain. Entre lágrimas e sorrisos no gramado, o capitão e ídolo do clube francês levantou a taça e deixou a imagem eternizada na história.
Marquinhos é o único remanescente brasileiro em uma equipe que teve vários representantes do País nos últimos anos. Hoje, além dele, apenas Lucas Beraldo, que chegou ano passado, representa o Brasil. Após a goleada sobre a Inter de Milão, por 5 a 0 na final, o capitão parisiense relembrou e citou o nome de ex-companheiros que tentaram conquistar a Champions com o PSG, mas não conseguiram.
“Eu fico muito feliz, penso também em todos aqueles que passaram antes de mim, e jogaram comigo também. Grandes jogadores, Thiago (Silva), Ney (Neymar), Lucas (Moura), Maxwell, grandes jogadores que mereciam muito assim ganhar esse título, infelizmente não conseguiram com o Paris Saint-Germain. Então, eles merecem também, eles estão nessa história, foram eles também que fizeram esse clube crescer. Hoje é celebrar com todos os parisienses, celebrar todas aquelas pessoas que estiveram com a gente durante todos esses anos, é celebrar bastante que a gente merece”, disse o camisa cinco, em entrevista na zona mista da Allianz Arena.
Esta foi a segunda final de Champions do PSG. Na primeira, em 2020, durante a pandemia do Covid, quando os torcedores não puderam ir ao estádio por causa das restrições, a equipe perdeu para o Bayern de Munique, por 1 a 0, em Lisboa. Daquele elenco, permanecem no clube apenas Marquinhos e o também zagueiro Kimpembe, que se recuperou recentemente de grave lesão e não atuou na decisão deste sábado.
Desta vez, o choro de Marquinhos foi de alegria com a vitória dominante em Munique, após decepções nos últimos anos na Champions, em algumas eliminações doídas. Como, por exemplo, contra o Real Madrid nas oitavas de final em 2022, contra o Manchester United nas oitavas em 2019, e ao sofrer a virada histórica do Barcelona também nas oitavas em 2017. Em Paris desde 2013, o defensor ex-Corinthians falou de sua trajetória.
“Acho que foi uma emoção que eu não consegui segurar, não consegui conter. Antes mesmo do apito final já estava muito difícil de segurar a emoção. Porque todos aqueles anos que passei aqui, os anos difíceis, muitas entrevistas que tive que dar aqui para explicar o inexplicável, depois de uma derrota feia. Falhei em momentos também, tive culpa em alguns. Então, acho que tudo isso passou na minha cabeça naquele momento, por isso que tinha aquela emoção. Mas uma emoção muito boa, uma emoção de alegria”, afirmou o brasileiro.
Marquinhos é o segundo jogador brasileiro a levantar a taça da Champions como capitão de um clube. O primeiro foi o ex-lateral Marcelo, pelo Real Madrid, em 2022. Ele não atuou na final contra o Liverpool, mas vestiu a braçadeira e ergueu o troféu.
Capitão do PSG, brasileiro tem contrato com o clube até metade de 2028
Marquinhos tem contrato com o Paris Saint-Germain até a metade de 2028, vínculo renovado em 2023. Capitão do time desde a saída de Thiago Silva em 2020, ele é o jogador mais experiente do elenco, com 31 anos. No entanto, o clube francês tem um plantel bastante jovem, com média de idade de 23 anos.
O atacante Désiré Doué, que completa 20 anos nesta terça-feira, é o símbolo de uma equipe forte coletivamente e renovada pelo técnico Luís Enrique. O garoto ganhou o prêmio da Uefa de melhor em campo na final da Champions, ao marcar dois e dar uma assistência contra o time italiano. Com isso, Marquinhos sabe que, depois de conquistar pela primeira vez o principal torneio do continente europeu, esse PSG atual ainda pode dar muitas alegrias ao torcedor no futuro.
“Acho que agora é dar tempo ao tempo para saborear essa vitória. Mas hoje a gente mostrou a real capacidade dessa equipe. A gente tem um treinador que é muito exigente com a gente, que com certeza vai querer, quando tiver o próximo jogo, quem estiver em campo e disponível, vai ter que fazer o seu melhor. Então foi isso, é um treinador muito exigente, é isso que nos trouxe aqui”, disse Marquinhos, que completou.
Mais sobre Champions League
“Nesse momento a gente tem que festejar hoje e amanhã. Depois tem dois jogos com a seleção (contra Equador e Paraguai), jogos importantes. Depois, temos um Mundial contra grandes clubes, que vão estar com certeza mais descansados que a gente. Mas o clube tem ambições grandes. Ganhamos a Champions, mas não é a linha de chegada. Eu acho que isso era um grande objetivo do clube, sem ser uma obsessão. A gente conseguiu e agora vamos continuar lutando pelos outros títulos que vão vir”.
O PSG estreia no Mundial de Clubes nos Estados Unidos no dia 15 de junho, contra o Atlético de Madri, pelo grupo B. Depois, pega o Botafogo no dia 20 e encerra a primeira fase diante do Seattle Sounders, dia 23.
Com a conquista da Champions, o Paris também vai disputar o título da Supercopa da Europa, contra o Tottenham, campeão da Europa League, dia 13 de agosto, em Udine, na Itália.
No fim do ano a equipe francesa ainda tem a Copa Intercontinental pela frente, podendo enfrentar na final o vencedor da Libertadores de 2025. Mas antes de tudo isso, o time tem celebração marcada em Paris. Neste domingo, vai acontecer um desfile dos atletas em carro aberto, na famosa avenida Champs-Élysées, e a festa continua até o estádio Parque dos Príncipes.
Comentários