Fórmula 1: 5 coisas que aprendemos no sábado do GP de Miami
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O sábado (3) do GP de Miami foi coisa de maluco. Para começar, uma chuva que não estava prevista caiu firme nos arredores do Hard Rock Stadium e gerou o caos na sprint, que acabou vencida por Lando Norris na renovação do pacto de amizade do inglês com o safety car da Flórida, providencial como tinha sido já no triunfo de Lando em 2024.
Depois, na classificação, mais caos. Mas aí por erros vários: novamente, a dupla da McLaren falhou no momento decisivo e deixou bastante coisa para trás no Q3, abrindo caminho para uma pole suada e quase milagrosa de Max Verstappen. Norris, pelo menos, colocou-se de novo na frente de Oscar Piastri, que parte em quarto, atrás do atrevido Kimi Antonelli.
George Russell parte do quinto lugar na corrida deste domingo, seguido pelas também ousadas Williams: Carlos Sainz, na frente de Alexander Albon, é o sexto. Em modo sofrimento, Charles Leclerc arrastou a Ferrari ao oitavo posto do grid, enquanto Lewis Hamilton nem do Q2 passou.
Esteban Ocon bateu Yuki Tsunoda e beliscou um forte nono lugar para a Haas na classificação, enquanto Gabriel Bortoleto voltou a andar bem em uma definição de grid e visitou o Q2 com a Sauber: 13º para o brasileiro, que pode entrar no bolo pelos pontos caso a chuva realmente volte no domingo.
Norris conta com sorte e vence importante sprint, mas falha de novo no Q3. E aceita
O dia começou com uma sprint que se desenhou muito mais caótica do que deveria ser na prática. Isso porque a chuva prevista para o domingo chegou mais cedo e lavou a pista, atrasando a largada e gerando tumulto. A verdade é que ninguém passou ninguém com o piso molhado e isso preocupa muito para o domingo, em que a condição deve se repetir, mas, quando o traçado secou, aí o bicho pegou. O safety car causado por Liam Lawson e Fernando Alonso, porém, atrapalhou o melhor momento de ação e, assim como em 2024, lançou Norris para o triunfo. Foi assim que o inglês superou Piastri, que já tinha parado antes da batida e perdeu mais tempo que o companheiro nos boxes.
Só que o sábado ainda tinha a classificação e a maré de Norris não virou completamente. O inglês voltou a cometer erros no Q3 e perdeu uma pole que parecia barbada para a McLaren. O pior foi ver na entrevista pós-sessão, de novo, como o piloto da McLaren se conforma com tudo e custa a aceitar que tem um carro para dominar a categoria. A sorte de Lando é que Piastri fez classificação ainda pior e sai de quarto no domingo. O inglês precisa levar a melhor contra o australiano e, de preferência, vencer a corrida. É a virada de chave que falta, de repente.
Verstappen vai do caos na sprint ao brilho na classificação para incendiar disputa
Max começou a sprint investigado por ter quase parado fora de posição no grid, depois ia firme para tentar um pódio e, então, a Red Bull resolveu acabar com tudo. O neerlandês foi arremessado na saída dos boxes em cima de Antonelli e acabou com a corrida de ambos ali. A punição, diante de um safety car, foi fatal.
Só que Verstappen sempre consegue dar a volta. O tetracampeão esqueceu rapidinho as bobagens feitas pela equipe e deu um show na classificação, arrumando uma pole que estava, outra vez, fora do radar. E agora, com a chuva querendo aparecer, o favoritismo de Max existe. Principalmente se ninguém passar ninguém mesmo no molhado.
Mercedes deixa sábado em baixa em Miami depois de esperança com pole da sprint
Se a Mercedes chocou o mundo na sexta-feira com a pole de Antonelli, voltou ao normal no sábado. Longe da classificação ter sido uma tragédia, com o italiano em terceiro e Russell em quinto, mas podia ter sido melhor. Mais ainda a sprint, já que Kimi largou mal e perdeu a liderança e muito mais na primeira curva ao tentar dividir com Piastri. Depois, um azar danado ao ser acertado por Verstappen. Fato é que, como disse Toto Wolff, o ritmo de prova dos prateados ainda é uma questão e que talvez só seja resolvida com chuva o tempo todo no domingo. Se rolar, podem ser fator na briga por até mais que pódio.
Ferrari, então, despenca. E nem Leclerc dá mais jeito
Agora, para a Ferrari é difícil imaginar um cenário que evite um fiasco total em Miami, viu? Depois que Leclerc bateu indo para o grid da sprint e mesmo com uma ótima exibição de Hamilton, impulsionado pela tática arrojada com os pneus, a classificação voltou a exibir uma falta de ritmo completa dos vermelhos nas ruas da Flórida. Não resta outra opção a não ser rezar por mais chuva e que a estratégia italiana siga afiadíssima, o que vem sendo tão comum quanto os tais 0s3 que tomam toda corrida em 2025.
Williams belisca Ferrari e puxa ‘F1 B’ que quer aprontar de novo na chuva
A ‘F1 B’ entrou no baile com a chuva e sobrou ponto — pontos grandes, inclusive — até para Lance Stroll, que hibernava nas últimas etapas. E é num cenário em que a Williams comanda a festa, mas que convida junto Haas, Racing Bulls e até Sauber, Alpine e Aston Martin, que a categoria pode ter um GP de Miami daqueles. São as vantagens do piso molhado, o GP da Austrália já tinha mostrado como as coisas podem virar do avesso. Em condições normais, porém, ninguém deve encarar a Williams por ali, com dois caras que podem, se tudo correr bem, desafiar até a cambaleante Ferrari.
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