Diego Ribas: “Sempre existiu panela no Flamengo”
Ele abriu o jogo sobre as divisões internas no vestiário, mas negou que o grupo esteja contra Paulo Sousa
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De volta ao Rio de Janeiro após a vitória por 2 a 1 sobre o Altos/PI, em Teresina, o meia Diego, titular no confronto da Copa do Brasil, participou nesta segunda-feira, 2, de entrevista no canal Flow Sport Clube, no YouTube, e fez algumas revelações sobre o ambiente inteiro do Flamengo.
O meia admitiu que há grupos de amizades no clube, mas negou qualquer tentativa de derrubar o treinador português Paulo Sousa. Perguntado sobre as constantes notícias de que há panelas dentro do vestiário, Diego deu um exemplo do passado para dizer que grupos de afinidades são comuns em elencos com mais de 30 jogadores:
“Sempre existiram no Flamengo. Em 2019 fomos campeões e tinha jogador que não falava com o outro, que discutia com técnico (na época, o também português Jorge Jesus). Em 2021 e 2022 também. Grupos e subgrupos existem. Lá dentro tem grupos que tem mais intimidade, é verdade”, disse.
“Mas aí que estão as meias verdades para construir uma grande mentira. ‘A esse grupo quer derrubar o treinador’. Aí que entra a maldade e a irresponsabilidade. O torcedor não pode deixar ser manipulado”, pontuou.
Sobre o momento atual do time e a relação do elenco com o técnico Paulo Sousa, Diego, um dos líderes do grupo, foi enfático: “O Paulo Sousa está muito firme. Ele tem todo o apoio do time. Eu garanto! Nós gostamos e confiamos nele. Recentemente, ele teve uma conversa sensacional, franca, direta conosco, humilde e corajosa. Apesar do pouco tempo de trabalho, tem muito respeito do grupo.”
Outro assunto abordado na entrevista foi a possibilidade de se aposentar. Bastante criticado por parte da torcida do Flamengo, Diego disse que ainda quer jogar por um tempo: “Não penso em me aposentar, vivo o momento. Consigo jogar tranquilamente até os 40 anos.”.
O camisa 10 falou pela primeira vez do polêmico episódio em que gravou vídeo no Ninho do Urubu fazendo críticas ao jornalista Venê Casagrande. Diego disse: “O recado que eu tinha que dar para aquele rapaz eu dei, e não foi o primeiro. Quer vender que o grupo perdeu a vontade e não vence, mas esse grupo é mais do que vencedor.”
Reformulação
O envelhecimento do elenco rubro-negro e a possível necessidade de renovação de algumas peças - em especial a chamada “geração 85”, formada por jogadores na faixa dos 37 anos, como Diego Alves, Filipe Luís e o própria Diego Ribas - o experiente meia afirmou que, no momento, não ver necessidade no momento do clube.
Para Diego, devem ser feitos ajustes pontuais para manter o que já vem dando certo nos últimos anos. O meia recapitulou as passagens dos treinadores que antecederam Paulo Sousa e destacou a importância dos atletas mais experientes do elenco.
“Querem vender que o grupo perdeu a vontade e que não vence. Esse grupo é mais que vencedor. O trabalho do Rogério Ceni foi muito bem-sucedido, ganhou três títulos. Com Renato Gaúcho teve momentos brilhantes. Aí falam de mudar tudo. Se quiser mudar tudo, muda tudo. Mas o risco de dar certo, é ajeitar o que já existe, não é refazer tudo”, disse Diego.
“Um hora vai ter que refazer, e eu posso contribuir com isso. Parece que a gente têm medo de reconstrução. Isso não me assusta não, pelo contrário. Eu tenho prazer de participar e poder contribuir. Eu, Filipe Luís, Diego Alves, Rodrigo Caio temos muito a contribuir”, declarou o jogador.
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