Classificado, mas com sinal de alerta ligado: caminho do Flamengo na Libertadores
Classificado na pressão e em 2º lugar no grupo para as oitavas de final, Fla enfrenta críticas por desempenho abaixo do esperado
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Poucos poderiam imaginar que a classificação do Flamengo às oitavas de final da Libertadores teria tanta dramaticidade. A vitória magra e o susto no fim contra o lanterna Deportivo Táchira, da Venezuela, acendeu o sinal de alerta no clube - que avançou apenas em segundo lugar no Grupo C, atrás da LDU.
Esta posição, entretanto, vem sido ocupada pelo rubro-negro nas últimas três edições da competição continental, na fase de grupos. Em 2024, o time carioca terminou atrás do Bolívar (BOL) e, em 2023, do Racing (ARG). A última vez que o Fla terminou em primeiro lugar em sua chave foi em 2022, ano em que foi campeão.
Nesta última rodada, tudo conspirou para que o Fla voltasse a terminar em primeiro, mas não foi o que aconteceu. Bastava vencer o Táchira pela mesma diferença de gols da LDU - que derrotou o Central Córdoba, da Argentina, por 3 a 0.
Córdoba, este, que ficou na terceira posição do grupo e foi eliminado da competição sem perder para o rubro-negro - com uma vitória por 2 a 1, no Maracanã, e um empate por 1 a 1, em solo argentino.
Em função do mau desempenho em campo, parte da torcida flamenguista vaiou o time após o apito final e os questionamentos sobre as escolhas táticas e técnicas de Filipe Luís e a postura dos jogadores aumentaram.
Afinal, com a classificação em segundo lugar, o adversário do mata-mata será, teoricamente, mais forte, uma vez que virá do pote de times classificados na liderança de seus grupos, casos de Palmeiras, São Paulo, Internacional, Estudiantes, River Plate e a própria LDU, por exemplo.
Ainda assim, após o fim do jogo, Filipe Luís classificou o triunfo rubro-negro como “heroico”.
“Para mim, o sentimento é de vitória, de orgulho, heroico. Os dez (jogadores do Táchira) dentro da área defendendo, sabendo sofrer e o goleiro saindo mais uma vez saindo como herói. Sempre comemoro todas as vitórias da minha carreira. Não é fácil ganhar e eu dou muito valor a ganhar, a passar (de fase)”, declarou.
Na visão do técnico, a ansiedade dos atletas e a postura do adversário dentro de campo contribuíram para uma vitória pela vantagem mínima.
“Claro que havia ansiedade. Sabíamos que tínhamos que ganhar para passar. Fazer um jogo onde conseguíssemos resultado. Ansiedade sempre vai existir, dentro da nossa casa, com a torcida que mais cobra. Eu, como treinador, posso tentar ao máximo tirar (a ansiedade), mas dentro de campo os jogadores percebem”.
“No futebol, é mais fácil destruir do que construir. Eles (Táchira) destruíram bem as jogadas e não conseguimos criar chances claras. No intervalo tentei, nesse sentido, tranquilizar. No final, que time no mundo que não sofre finalizações? Tivemos a chance de tirar a bola, não tiramos, para isso está grande o momento do Rossi”, pontuou.
Por fim, com relação ao mata-mata da competição, o treinador desconversou. “Minha cabeça está unicamente no Fortaleza. Jogo onde podemos continuar vivos no Brasileiro, lutando pela parte de cima. Sempre temos o que melhorar, todos os jogos dão pistas de onde podemos evoluir como equipe”.
Fala, treinador!
“Não podemos esquecer que esse grupo foi campeão da Copa do Brasil com uma força mental muito grande. Vencendo com um a menos na casa do Corinthians. Ganhamos na casa do Atlético/MG, que era finalista da Libertadores. Esse grupo tem uma força mental grande, ganhou a Supercopa do Brasil este ano, o Carioca.
Existem jogos que podem gerar ansiedade, principalmente pela forma com que o adversário se coloca dentro de campo, pelo ambiente gerando antes da partida e pelo o que é o jogo.
Quando a pressão é muito grande, claro que a ansiedade joga junto. Pode ter certeza de que o Palmeiras passa por ansiedade, o Corinthians, o Atlético/MG, e todos os times passam por ansiedade e por altos e baixos durante o ano. No final, vence o melhor.
Por isso, valorizo a vitória. Sei o esforço que fizeram domingo no campo do líder do Brasileiro. E hoje estavam aqui dando a vida outra vez para vencer. Comemoro a vitória”.
Filipe Luís, técnico do Flamengo
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