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Esportes

Brasileiro tentará correr 217km no lugar mais quente do planeta

A corrida é realizada anualmente no Death Valley, ou Vale da Morte em português, na Califórnia, no mês de julho


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Imagem ilustrativa da imagem Brasileiro tentará correr 217km no lugar mais quente do planeta
Ultramaratonista Alexandre Castello Branco correndo no deserto |  Foto: Reprodução / Instagram @xandicastellobranco

O Brasil terá dois representantes na Badwater, considerada a ultramaratona mais difícil do mundo. Um deles é Alexandre Castello Branco, um carioca de 41 anos que vai disputar a prova pela segunda vez. Em 2022, ele não conseguiu completar, mas agora decidiu se desafiar novamente para cumprir a missão.

Alexandre achava que nunca teria chance de disputar a Badwater, mas agora fará pela segunda vez. "A Badwater é uma das provas mais desejadas dos ultramaratonistas e sempre foi algo que eu achava impossível realizar. Achava que nunca teria condições de encarar um desafio dessa magnitude, mas com o tempo ela passou a ser uma prova-alvo, e comecei a direcionar todos os meus esforços para ela."

"Além de aumentar o volume de treinos e seguir com o treinamento de calor, acho que estarei mais preparado na parte mental também. Agora já sei na prática o inferno que é correr lá. Eu e minha equipe já aprendemos como se joga esse jogo. Desde o ano passado estou com essa prova engasgada na garganta e esse ano quero provar a mim mesmo que com muita dedicação e foco posso derrotar o Vale da Morte. A minha hora vai chegar".

A corrida é realizada anualmente no Death Valley, ou Vale da Morte em português, na Califórnia, no mês de julho.

COMO É A CORRIDA

A Badwater é uma corrida de 217 quilômetros que não para. Os atletas precisam percorrer essa distância em até 48h. Em 2009 ela foi eleita pela National Geographic como a corrida mais difícil do mundo.

Death Valley é considerado o lugar mais quente do planeta. A maior temperatura registrada na Terra foi justamente lá, em 1913 com 56,7 graus.

A largada é feita da bacia de Badwater, ponto mais baixo dos Estados Unidos, 85 metros abaixo do nível do mar, e a chegada fica no Portal do Monte Whitney, a 2.530m de altitude.

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"Não é uma corrida que qualquer um pode se inscrever e tampouco existe um sorteio. Apenas 100 atletas do mundo todo são convidados anualmente. O processo seletivo é bem rigoroso. É preciso ter competido e concluído algumas das provas mais desafiadores do mundo nos últimos 13 meses e também é feita toda uma análise do currículo do atleta. Além disso, cada um precisa responder diversas perguntas sobre a prova, motivações pessoais e até uma que pergunta se você se considera um bom ser humano. Quase uma entrevista de emprego", explicou.

Em 2023, 26 nacionalidades estarão representadas na competição. Desde a criação da prova em 1987, apenas 31 brasileiros cruzaram a linha de chegada, poucos mais de uma vez.Além de Alexandre, Zilma Rodrigues será outra representante brasileira e tentará concluir a prova pela primeira vez.

Os maiores desafios

Não é só o tamanho da prova que pesa, as altas temperaturas também são fator fundamental na dificuldade ao longo da corrida. "O calor é o fator mais complicado em toda a prova. Como a largada acontece à noite, a temperatura está mais amena, mas mesmo assim continua sendo muito quente. No ano passado larguei às 20h e estava fazendo 49 graus. Os trechos onde o sol e o calor estão no pico são os mais críticos, é ali que o atleta colocará o seu corpo à prova".

Além do calor, há um trecho de 28km seguidos só de subida. "A prova começa com trechos mais planos e a segunda metade é recheada de subidas insanas. Também existem tempos de corte ao longo da corrida, que obrigam os atletas a percorrerem um determinado número de quilômetros em um tempo específico, e o primeiro tempo de corte é justamente o mais justo de todos, por uma obrigação do Parque Nacional do Death Valley, então é preciso literalmente correr atrás do tempo para não ser cortado na primeira metade da prova."

Alexandre começou a praticar triatlo em 2011, mas mudou em 2014. Ele fez uma corrida chamada El Cruce, de 100km em três dias na Cordilheira dos Andes. A partir daí, abandonou a antiga modalidade para se dedicar às corridas de montanha e trilha.

Para ir ao Badwater, o corredor ainda busca apoio e patrocínio. Ele é obrigado a levar uma equipe com pelo menos duas pessoas. Com alto custo, Alexandre tenta driblar a logística desafiadora.

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