As histórias por trás dos mascotes dos principais times capixabas
Símbolos dos clubes da Grande Vitória possuem origens diferentes ao longo dos anos
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Eles fazem a alegria dos torcedores quando estão nos estádios e, muitas vezes, são responsáveis pelos apelidos dos clubes. Quem são? Os mascotes.
No Espírito Santo, os principais times do Estado possuem seus representantes. No Vitória, a Águia Azul, no Rio Branco, o Cavaleiro Capa-Preta, na Desportiva, o Maquinista Grená, no Serra, o Cobra-Coral, e no Porto, o Capitão Barba Verde.
O presidente do Conselho Deliberativo do Alvianil, Antônio Perovano, explica a origem do mascote do time de Bento Ferreira e ressalta a importância da tradição.
“Águia é o nome que nasceu junto com o Vitória. Está no hino. Uma águia bicolor. Há décadas já existe. E há décadas existe a representação do mascote físico, que já foi passada por gerações de pessoas que a vestiam”, contou.
O mascote do Rio Branco, o Cavaleiro Capa-Preta, é inspirado no torcedor Lafayette Cardoso de Resende que, na década de 1920, cavalgava horas até o Estádio de Zinco, em Vitória, para assistir aos jogos. Vestindo sempre uma capa preta para se proteger da chuva e poeira, ele assistia às partidas do alto de um morro, montado em seu cavalo, e comemorava os gols disparando tiros para o alto.
Na Tiva, o símbolo de um maquinista é pela origem ferroviária do clube, que surgiu em 1963. Porém, só em 2016, graças ao criador Dacio Ferreira - que colocou a ideia em prática e arrecadou uma rifa -, o clube começou a ter uma representação física nos estádios.
No caso do Serra, a história foi diferente. A equipe surgiu sem um mascote. Primeiro, foi criada a toricida organizada Cobra-Coral, depois o nome do animal foi colocado no hino e, a partir disso, foi oficializado como símbolo.
O Capitão Barba Verde, do Porto, é o mais recente. Em maio de 2024, o nome foi escolhido através de uma enquete no Instagram. Desde então, o capitão, além de acompanhar os jogos, também visita escolas para apresentar o clube e convocar as crianças para os jogos.
Maquinista, um canhão de solidariedade
O Maquinista Grená, mascote da Desportiva Ferroviária, se tornou, há sete anos, um grande símbolo de solidariedade no Estado. Desde 2016, quando foi criado, Dacio Ferreira - idealizador e criador - já realizou 72 ações sociais, em 13 municípios diferentes do Espírito Santo e em Aimorés (MG), e beneficiou 15.965 pessoas com diversos tipos de doações.
“O mascote já era um sucesso, mas inicialmente ele aparecia apenas nos jogos da Desportiva, no Engenheiro Araripe. Depois de observar o impacto positivo nas crianças e o feedback dos pais, pensei em levar o mascote para além do futebol, ampliando sua visibilidade. Foi então que surgiu a ideia de realizar ações sociais, começando pelo Hospital Infantil de Vitória, em 27 de agosto de 2017. Foi uma experiência marcante e decidi não parar mais”, contou Dacio.
“Visitamos hospitais, creches, orfanatos, asilos e a APAE. Organizo doações de alimentos, brinquedos, roupas, material escolar, produtos de limpeza ou fraldas geriátricas, através de parceiros. Entendo que levar apenas o mascote para animar as crianças seria apenas uma visita. Para que seja uma verdadeira ação social, é essencial deixar um legado, seja na forma de doações ou de algo que ajude a instituição no longo prazo. Transformei o mascote da Desportiva em um canhão de solidariedade”, finalizou.
História marcante
Dacio Ferreira relembrou uma história marcante que teve durante uma ação social.
“Em 2018, tive uma experiência marcante em uma instituição chamada Gabriel Delanne, em Cariacica. Durante essa visita, uma criança chegou e disse que não tinha amigos. Isso me tocou profundamente. Decidi levar doações para as crianças, incluindo cadernos, papel xamex e canetinhas, para que pudessem fazer suas atividades”.
“Levei o mascote e pedi para que me apontassem qual criança havia dito não ter amigos. Foi quando encontrei um menino, chamado Pedro, e o apresentei ao mascote. Falei para ele: 'Esse aqui é o mascote, ele é seu amigo' Ver a reação dele foi emocionante”.
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