Poluição luminosa. Como evitar?

Jessica Polese alerta para os perigos da luz artificial e como ela tem impactado os padrões do sono ideal e levado a problemas de saúde

Projetos Especiais | 23/04/2024, 11:00 11:00 h | Atualizado em 08/05/2024, 15:27

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/img/inline/170000/372x236/Poluicao-luminosa-Como-evitar0017774500202404231100/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fimg%2Finline%2F170000%2FPoluicao-luminosa-Como-evitar0017774500202404231100.jpg%3Fxid%3D801064&xid=801064 600w, Jessica Polese: qualidade do sono

A importância do sono para a saúde e bem-estar humano é inquestionável. Não é à toa que ele é considerado um dos pilares fundamentais para a longevidade junto à alimentação, atividade física, sono, controle de tóxicos e manutenção dos relacionamentos.

De acordo com a pneumologista e especialista em Medicina do Sono, Jessica Polese, o sono desempenha um papel fundamental na regulação de diversos processos fisiológicos e psicológicos, como a consolidação da memória, o funcionamento do sistema imunológico, a regulação do humor e até mesmo o controle do apetite.

No entanto, o advento da luz artificial têm impactado significativamente os padrões do sono ideal. A extensão das horas produtivas e a falta de consciência sobre os efeitos negativos da exposição excessiva à luz artificial, principalmente durante a noite, trazem muita preocupação aos especialistas.

“A falta de luz durante o dia e sobra de luz durante a noite já tornou-se tema de conteúdo produzido pelo Conselho de Cronobiologia da Associação Brasileira do Sono”, conta a médica.

“A exposição à luz artificial à noite interrompe o ritmo circadiano natural do corpo, o que pode levar a uma série de problemas de saúde. O ritmo circadiano é um ciclo biológico de aproximadamente 24 horas que regula o sono e a vigília. A exposição noturna à luz artificial, especialmente à luz azul emitida por dispositivos eletrônicos, suprime a produção de melatonina, o hormônio do sono. Isso resulta em dificuldade para adormecer, sono de má qualidade e perturbação do ciclo natural de vigília-sono, que é essencial para regular as funções vitais.

Quanto mais tarde a pessoa for dormir, menos tempo de sono ela terá, ou pode ocorrer a privação do sono, e aí aumentar o risco para as doenças cardiovasculares.

“As enfermidades do coração como infarto e acidente vascular cerebral (AVC) podem ocorrer sem uma qualidade de sono. Uma noite mal dormida pode causar obesidade, aumento da pressão arterial, do colesterol, do próprio estresse, e isto é um reflexo de todos estes males que afetam a saúde do coração. A qualidade do descanso noturno e a saúde cardiovascular estão relacionadas”, explica.

Para combater os efeitos negativos da poluição luminosa, é essencial implementar medidas para reduzir a exposição à luz artificial durante a noite. “O uso de dispositivos eletrônicos antes de dormir, como celulares, aparelhos de televisão, tablets, notebooks, precisa ser eliminado”, pontua Jessica.

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