Diagnóstico pode levar até 8 anos

Para evitar que isso aconteça, orientação é buscar profissional capacitado para tratar doença que afeta 10% das mulheres no Brasil

| 10/04/2022, 00:00 00:00 h | Atualizado em 13/04/2022, 09:38

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/img/inline/110000/372x236/inline_00114609_00/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fimg%2Finline%2F110000%2Finline_00114609_00.jpg%3Fxid%3D319818&xid=319818 600w, Karin Rossi diz que cirurgia é complicada por causa das aderências
  

Uma condição fisiológica tão normal e corriqueira para o corpo feminino como a menstruação pode representar um grande problema para aquelas que têm endometriose. 

De acordo com informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença atinge cerca de 190 milhões de mulheres em todo o mundo. No Brasil, a estimativa é de que 10% da população feminina, que se encontra entre a primeira e a última menstruação, seja acometida pela enfermidade.

A doença se torna um problema maior quando a mulher não consegue um diagnóstico assertivo pela falta de especialistas qualificados para atendê-la. 

A endometriose, que se caracteriza pelo crescimento do endométrio fora do útero, não é uma enfermidade que atinge somente o útero, os ovários e as trompas. Pode se espalhar para fora da pelve, e por isso deve ser conduzida por um especialista capacitado junto a uma equipe multidisciplinar. 

“Em média, a mulher demora oito anos para chegar ao diagnóstico da endometriose. Isso porque muitas vezes o médico não faz uma anamnese mais ampla. O especialista precisa ter uma visão geral da mulher e  conhecer as doenças que podem acometê-la  em paralelo à endometriose”, diz a ginecologista e obstetra Karin Rossi. 

Entre essas enfermidades, segundo ela, estão  cefaleia, enxaqueca crônica, dor no cóccix, síndrome do cólon irritável, síndrome da bexiga dolorosa, fibromialgia e doenças autoimunes.

Mapeamento

Após o  diagnóstico clínico, parte-se para o mapeamento para saber a extensão da doença, que é feito pela ressonância magnética da pelve e do abdômen e da ultrassonografia com preparo de intestino. 

“Também precisa de avaliação do cardiologista, urologista, proctologista, cirurgião vascular, nutricionistas, nutrólogos, endocrinologistas, psicólogos e psiquiatras. Tudo depende do grau da doença”, afirmou. 

O médico especialista em endometriose também precisa ser um bom cirurgião e a cirurgia muitas vezes é feita via endoscópica e laparoscópica.

“Isso porque a cirurgia é complicada, até mais do que as oncológicas na maioria das vezes, por causa das aderências”.

Feliz com resultado

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/img/inline/110000/372x236/inline_00114609_01/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fimg%2Finline%2F110000%2Finline_00114609_01.jpg%3Fxid%3D319819&xid=319819 600w,
“Médica capacitada” A farmacêutica Danieli Zouain Santos Costa, 42, levou cerca de 10 anos para ser mãe. Após inúmeras consultas e exames, foi diagnosticada com endometriose e fez a cirurgia em 2016. Ela achou que estava tudo bem, mas em 2018 passou mal e descobriu que seu quadro era o mesmo de dois anos antes. “Fiquei desesperada porque iria fazer 40 anos e queria ser mãe. Foi quando soube da doutora Karin, uma profissional muito capacitada”.
 

SUGERIMOS PARA VOCÊ: