Monitoramento mais moderno no Estado em 2025
Secretário de Meio Ambiente anuncia nova forma de acompanhar a quantidade de pó preto no ar, que vai ser automática e rápida
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Para tornar o monitoramento da qualidade do ar ainda mais eficaz, governo do Estado, Ministério Público e iniciativa privada têm se unido em busca de novas soluções e tecnologias.
De acordo com o secretário de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Felipe Rigoni, a partir do ano que vem, o Espírito Santo vai contar com o monitoramento automático para avaliar a poeira sedimentável, conhecida como pó preto.
Atualmente, a medição é feita de forma manual e leva cerca de 45 dias para os resultados serem disponibilizados. “Estamos estabelecendo um novo acordo de cooperação com empresas que atuam no Estado, que vão arcar com os custos, para ter essa tecnologia já no ano que vem”, disse Rigoni.
O secretário ressaltou que o monitoramento manual do pó preto continuará sendo usado como oficial, já que ele é o único com comprovação científica e metodologia certificada e reconhecida.
“As companhias que criaram esse novo monitoramento já fizeram vários estudos. A agilidade que ele trará será importante, pois há grande reclamação por não sabermos o parâmetro de poluição no dia a dia, e o monitoramento automático, que já é feito para avaliar os poluentes gasosos, é atualizado a cada hora”.
O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) também tem buscado alternativas no mercado para automatizar esse processo, o que permitiria medição mais ágil e a divulgação dos resultados de maneira mais eficiente.
Parâmetros
Rigoni explicou também que está em andamento a produção da regulamentação da Lei 1.014/2023, que criou a Política Estadual de Qualidade do Ar.
“A lei traz todos os procedimentos que devem ser feitos, com os padrões que almejamos para a qualidade do ar. Esses padrões serão revisados a cada quatro anos, para ver o que é possível melhorar. Já podemos adiantar que, na regulamentação, o padrão para pó preto, que hoje é de 14 gramas por metro quadrado, será reduzido para 10 gramas”, anunciou o secretário.
O documento está sendo concluído com o apoio da Procuradoria Geral do Estado e deve ser divulgado em breve.
“Vamos reduzir a quantidade de pó preto previsto pela lei: hoje é de 14 gramas por metro quadrado e cairá para 10 gramas Felipe Rigon, secretário da Seama
Nova lei impulsiona melhorias
A Lei 1.014/2023, que criou a Política Estadual de Qualidade do Ar no Espírito Santo, tem sido apontada como importante marco para a melhora do monitoramento dos poluentes atmosféricos. A partir dela, novos avanços devem surgir.
“Há espaço para ajustes, especialmente, na implementação de sistemas mais modernos. Também é fundamental fortalecer parcerias com universidades e empresas para desenvolver soluções que melhorem os resultados alcançados”, ressaltou o deputado estadual Marcelo Santos, presidente da Assembleia Legislativa.
De acordo com ele, o desafio agora é garantir que essas metas sejam alcançadas com agilidade e eficiência.
“Na Assembleia, estamos discutindo a modernização e a ampliação do monitoramento da qualidade do ar no Estado. Há quem defenda o uso de sensores remotos e tecnologias inteligentes para avaliar os níveis de poluição em tempo real. É preciso também verificar a viabilidade de levar estações de monitoramento para o interior”.
O presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Fabrício Gandini, concorda que houve avanços com a nova legislação, mas ainda há muito o que se fazer.
“Temos esperança de que, no próximo ano, teremos a identificação de todas as fontes poluentes para que a gente possa agir com mais clareza para promover os controles necessários. Isso será feito com equilíbrio, claro, por causa da questão econômica. Mas, sabendo que um poluente faz mal, a gente precisa ter uma ação firme contra ele”.
Novos estudos previstos para o ano que vem
Os investimentos em pesquisas e estudos voltados a orientar as ações em prol da qualidade do ar da Grande Vitória terão continuidade em 2025.
De acordo com o coordenador de Qualidade do Ar do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), Vinicius Rocha da Silva, está prevista para o próximo ano a contratação de uma instituição especializada para fazer a atualização do Inventário de Fontes da Região Metropolitana.
Essa ação vai possibilitar à gestão ambiental da Grande Vitória ter em mãos mais um importante instrumento para orientar ações de melhoria. Esse processo será acompanhado por uma auditoria independente, o que vai aumentar a confiabilidade e a precisão dos dados do novo inventário.
Também deve ser feita a contratação de uma equipe de pesquisa para realização de novo estudo de caracterização físico-química do material particulado da região metropolitana.
“Essa pesquisa será contratada pela Vale, por força de exigência da condicionante ambiental da Licença de Operação. O Iema vem tratando com a Vale as exigências para essa contratação”, informa o coordenador de Qualidade do Ar do Iema.
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