Morre aos 36 anos o chef Paulo Yoller
Escute essa reportagem
A primeira vez que o paulistano Paulo Yoller entrou em uma cozinha profissional foi na Itália. Ele tinha 15 anos e lavava louça. Viu ali que ser cozinheiro não era uma vida de glamour, mas que a alegria de quem saía do restaurante era uma droga viciante.
Em março do ano passado, chegou a escrever: "Nossa vida não é nada romântica, sofremos abusos, participamos quase que de uma 'seita' [risos] que coloca sempre o resultado final na frente da nossa saúde física e mental, precisamos mudar essa indústria rápido". Para o chef de 36 anos, não deu tempo.
Paulinho faleceu na tarde de ontem, 8 de fevereiro. No ano passado, fechou sua hamburgueria na Rua dos Pinheiros, o Meats. Depois de quase 12 anos, muitos prêmios e hambúrgueres únicos, com direito a abobrinha e queijo de cabra, tucupi e foie gras e maioneses autorais como a hooligan (com horseradish, wasabi coreano e karashi), entre outras coisinhas, ajudou a construir o cenário hamburgueiro do país.
Apaixonado e expert no assunto, chegou a abrir uma marca de smash em Belo Horizonte, a CJ'S Burger. Ontem mesmo estava nessa cidade que adotou. Apareceu no instagram purpurinado, sem os cabelos coloridos que lhe eram de praxe, mas em clima de pré-carnaval.
Formado pela Anhembi Morumbi, o chef era figurinha carimbada em eventos como Churrascada e Arraial Gastronômico do Projeto Buscapé, em restaurantes como o Nelita e bares como o Guarita. Deixava o Fasano para ocasiões especiais e nunca escondeu a paixão pela gastronomia italiana. Nem pela paraense, descoberta ao lado do "irmão" Saulo Jennings.
Podia ser visto no bairro de Pinheiros correndo, passeando com o cachorro ou conversando com a filha Olívia, de 11 anos, sua fiel escudeira, inclusive na cozinha. Atualmente dava consultorias em restaurantes, incluindo os paulistanos Huevos de Oro e o Como, tinha planos para o futuro do Meats e mal tinha deixado cicatrizar a última tatuagem, sua primeira caveira. Ainda não há detalhes sobre seu funeral.
Comentários