Seu programa Aventuras de Chicó e Grilo em “O Auto da Compadecida 2”
Novo filme é mais teatral do que o 1º e traz novos nomes no elenco: Taís Araujo, Humberto Martins e Eduardo Sterblitch
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Vinte e quatro anos após levar milhares de pessoas aos cinemas com “O Auto da Compadecida”, que conquistou a maior bilheteria de 2000, a dupla dinâmica João Grilo e Chicó está de volta com novas aventuras para uma sequência ainda mais teatral do que o primeiro filme.
Esse feito só foi possível com a ajuda de novas tecnologias, que possibilitaram a criação de um Nordeste fantástico dentro de um estúdio. O LED ofereceu a possibilidade de reconstrução de um Brasil mítico dos anos de 1950 e deu ainda mais fidelidade ao universo fabuloso de Ariano Suassuna.
“O fato de ter sido feito todo em estúdio concentrou a encenação em um procedimento bastante teatral. Acredito que, do ponto de vista da orientação artística em relação à obra de Suassuna, o 'Auto 2' é mais fiel do que o primeiro”, conta Matheus Nachtergaele, o intérprete de João Grilo.
A amizade do personagem com Chicó (Selton Mello) segue sendo o fio condutor do filme dirigido por Flávia Lacerda e Guel Arraes, e será embalada por “Canção da América”, de Milton Nascimento e Fernando Brant, regravada por João Gomes. Chico César, Maria Bethânia e Juliana Linhares são outras vozes que integram a trilha sonora.
A história se passa duas décadas após o longa inicial e apresenta Chicó como um vendedor de santinhos esculpidos em madeira que reencontra o amigo que ele acreditava ter morrido. João Grilo não só reaparece vivo, mas também cheio de planos mirabolantes.
“Grilo continua safado, sapeca, inteligente e esperto, mas está mais sofrido. Ele é menos uma figura de esperança e mais uma figura de resistência”, salienta Nachtergaele.
Novos atores chegam ao elenco. Taís Araujo é a Compadecida, personagem de Fernanda Montenegro no 1º filme. Humberto Martins é Coronel Ernani, um fazendeiro influente, e Eduardo Sterblitch chega como Arlindo, poderoso dono da única rádio de Taperoá.
“'Auto 2' não perde nenhum dos seus predicados iniciais: engraçado, ágil, mas com profundo caráter religioso. Agora, ganha camadas extras na trama. Temos uma disputa política e um alguém alçado à popularidade por meio de fake news”, diz a diretora Flávia Lacerda.
Crítica
Inácio Araújo | FolhaPress -
Continuação marcada por altos e baixos
À primeira vista, não pode haver melhor ideia do que reviver a dupla de “O Auto da Compadecida” Chicó (Selton Mello) e João Grilo (Matheus Nachtergaele). O filme fez sucesso como minissérie antes de ir para os cinemas numa versão mais curta.
Era já o anúncio do que seria o ciclo de filmes brasileiros, comédias sobretudo, que alcançariam grande público até 2020, mais especificamente até maio de 2021, quando morreu Paulo Gustavo.
Quando busca novamente encontrar um caminho para o sucesso, voltar a um valor seguro parece um bom princípio. Infelizmente, nem sempre eles funcionam. Por várias razões.
A primeira delas diz respeito ao texto. Ressuscitar João Grilo obriga, logo de cara, a uma série de malabarismos explicativos que não servem, a rigor, para nada.
Mas esse é só o começo dos problemas, já que o original tinha uma leveza e uma verve que não se consegue reencontrar com facilidade. E, sobretudo, sem o apoio do texto e das situações criadas por Ariano Suassuna.
Os altos e baixos se sucedem tanto que as partes envolvendo Grilo e Chicó, os protagonistas, são as menos interessantes. A morte e a ressurreição ocupam uma parte enorme da história, e por fim entramos na hipótese de um novo julgamento celeste e, sim, uma segunda ressurreição.
Outra parte é consumida por um bem pouco inspirado conflito político envolvendo o dono de uma loja, um coronel e, entre os dois, João Grilo.
João Grilo deveria causar alguma confusão, mas os dois rivais políticos até o apagam, quer dizer, ocupam o lugar central da trama em determinados momentos, sem por isso terem algo de original a oferecer ao filme.
Com isso, os momentos mais interessantes acabam sendo aqueles em que entram em cena as duas mulheres envolvidas com o sedutor Chicó: Clarabela e Rosinha.
Em Cartaz
- “Sonic 3: O Filme”
Na sequência, com estreia hoje, Sonic, Knuckles e Tails se juntam para enfrentar um temível inimigo: Shadow, um vilão misterioso com poderes inéditos, totalmente diferentes dos desafios que já enfrentaram.
Keanu Reeves é a grande novidade no elenco de vozes, interpretando o personagem Shadow.
- “Mufasa: O Rei Leão”
O filme vai desbravar a ascensão de um filhote órfão, perdido e sozinho, e o encontro dele com o simpático leãozinho Taka, que no futuro viria a ser conhecido como o vilão Scar.
- “Wicked”
No filme baseado no famoso musical da Broadway, o público vai desbravar o passado de Glinda e Elphaba até cumprirem seus destinos como Bruxa Boa do Sul e Bruxa Má do Oeste.
- “Kraven - O Caçador”
Com o ator inglês Aaron Taylor-Johnson no papel do anti-herói, o filme é uma oportunidade para o público conhecer o passado do protagonista antes de sua famosa vingança contra o Homem-Aranha.
- “Gladiador II”
Dirigida por Ridley Scott, sendo sequência de “Gladiador” (2000), a produção com Paul Mescal segue Lúcio, o antigo herdeiro do Império Romano que se torna um gladiador após sua casa ser invadida pelo exército romano.
- “Ainda Estou Aqui”
Protagonizado por Fernanda Torres como Eunice Paiva, e Selton Mello no papel de Rubens Paiva, o filme é baseado na autobiografia homônima de 2015 escrita por Marcelo Rubens Paiva.
- “Histórias que é Melhor Não Contar”
Dirigido pelo renomado cineasta espanhol Cesc Gay, o filme aborda cinco histórias com um olhar ácido e compassivo sobre a incapacidade de controlar nossas próprias emoções.
- “Moana 2”
Mais madura e destemida, Moana está de volta para uma nova aventura em alto-mar! A sequência do sucesso de bilheteria traz a protagonista explorando novas regiões da Oceania e personagens inéditos!
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