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Economia

Trump cita aumento de compra de aço chinês pelo Brasil para justificar tarifas

Brasil não é o único país citado no documento. O republicano se queixa que as importações de aço do México e do Canadá também aumentaram


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Imagem ilustrativa da imagem Trump cita aumento de compra de aço chinês pelo Brasil para justificar tarifas
Trump cita aumento de compra de aço chinês pelo Brasil para justificar tarifas |  Foto: Divulgação

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mencionou o aumento expressivo de compra de aço da China pelo Brasil entre as justificativas para elevar as tarifas sobre as importações de aço e alumínio para 25% e cancelar cotas para grandes fornecedores.

"As importações brasileiras de países com níveis significativos de sobrecapacidade, especificamente a China, cresceram tremendamente nos últimos anos, mais do que triplicando desde a instituição deste acordo de cotas", diz um dos trechos da ordem executiva adotada pelo republicano nesta segunda-feira (10).

O texto traz uma longa justificativa para a adoção da medida que afeta os principais vendedores de aço para os EUA. Os americanos argumentam, em linhas gerais, que países que foram beneficiados por exceções às tarifas impostas pelo próprio republicano em seu primeiro mandato -como é o caso do Brasil, que tem uma cota- aumentaram significativamente suas exportações para os EUA nos últimos anos.

Na argumentação de Trump, esses países estariam comprando cada vez mais aço da China, maior exportadora mundial e causadora do fenômeno conhecido como excesso de capacidade (ou sobrecapacidade), e como consequência enviando suas produções locais para o mercado americano.

"As exportações de aço da China aumentaram recentemente, ultrapassando 114 milhões de toneladas métricas até novembro de 2024, deslocando a produção de outros países e forçando-os a exportar volumes maiores de artigos de aço e artigos derivados de aço para os Estados Unidos", afirma o texto assinado por Trump.

O efeito imediato desse cenário é a perda de espaço do setor metalúrgico americano, o que configura um risco à segurança nacional, ainda segundo o presidente americano.

O Brasil não é o único país citado no documento. O republicano se queixa que as importações de aço do México e do Canadá também aumentaram entre 2020 e o ano passado. No caso mexicano, Trump alega que as crescentes importações da China sugerem que há uma manobra de países que ainda estão submetidos às tarifas de contornar as barreiras comerciais e entrar no mercado americano de aço.

Nem mesmo a Argentina de Javier Milei, admirador de Trump, escapou das críticas. Para o presidente americano, preocupa a falta de transparência nos dados fornecidos pelos argentinos.

"Com base nas estatísticas comerciais oficiais divulgadas pela Argentina, é difícil avaliar os níveis de aço sendo importados de lugares como China e Rússia, e outras fontes potenciais de capacidade excedente", diz.

Técnicos do governo Lula estão debruçados sobre a ordem executiva do republicano. Numa primeira avaliação, o diagnóstico é que não haverá qualquer tipo de exceção e que o impacto sobre o Brasil é basicamente o fim da cota que o país detinha para exportar aço ao país -ou seja, estaria submetido a partir de março a uma tarifa de 25%.

Produtos semiacabados de aço estão entre os principais itens exportados pelo Brasil aos EUA. São materiais intermediários da siderurgia, que precisam ser processados para se tornarem produtos finais. Eles são utilizados como matéria-prima para a fabricação de itens como chapas, perfis, tubos e outros produtos.

Na avaliação de um membro do governo Lula (PT), qualquer medida adotada agora serviria para abrir negociação entre os envolvidos, de forma individual ou coletiva.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, especialistas e integrantes do governo consideram que o Brasil tem um conjunto limitado de normas jurídicas para reagir imediatamente à imposição de tarifas por parte de Trump.

Antes do anúncio oficial dos EUA, a diretora-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), Ngozi Okonjo-Iweala, aconselhou os países atingidos a "pegar o telefone" e conversar com Trump. Segundo ela, o republicano "gosta de diálogo".

Procurado, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços disse que não irá se manifestar sobre o tema e que caberá ao Palácio do Planalto uma resposta.

Cautela e silêncio marcam a estratégia dos gabinetes em Brasília desde que Trump fez as primeiras ameaças até o momento. O presidente Lula, contudo, já se manifestou em diversas ocasiões dizendo que o Brasil reagirá caso Trump imponha tarifas sobre os produtos brasileiros.

Líderes dos setores afetados pela ordem de Trump já se movimentam para discutir com o governo formas de lidar com a situação. Representantes do Instituto Aço Brasil estão em contato com membros da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) e da Camex (Câmara de Comércio Exterior), órgãos ligados ao ministério comandado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin.

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