Shoppings do Estado já têm 400 lojas fechadas

| 27/09/2020, 20:00 20:00 h | Atualizado em 27/09/2020, 20:04

Desde os primeiros impactos da pandemia do novo coronavírus no Brasil, na segunda quinzena de março, os lojistas lutam contra o prejuízo. Hoje, os shopping centers do Estado têm cerca de 400 lojas fechadas.

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A estimativa é do diretor da Federação do Comércio do Espírito Santo (Fecomércio-ES), José Carlos Bergamin, que ressaltou que, no início do ano, já havia uma crise.

“Já vivíamos um cenário de instabilidade econômica antes da pandemia. Algumas lojas de shoppings já estavam fechando e, com a acentuação da crise, muitas não voltaram a abrir”, explicou Bergamin.

De acordo com o diretor, as mais prejudicadas são as pequenas lojas de roupas, calçados e acessórios. “Os estabelecimentos menores, em centros comerciais mais periféricos, tiveram uma queda muito grande na receita. Em junho, quando foram autorizados a funcionar novamente de forma física, as vendas equivaliam a 30%, 40% do rendimento normal.”

Segundo Bergamin, os segmentos ligados ao vestuário ainda estão com o consumo mais tímido, mas as grandes redes não estão prejudicadas. “Elas pagam aluguéis menores por valorizarem o endereço do shopping.”

Bergamin afirmou ainda que a tendência para os próximos meses é que mais lojas fechem as portas: “As lojas que ainda resistem vão reduzir ainda mais os custos e investir na venda por internet, aproximando o produto do cliente.”

Em nível nacional, uma pesquisada Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) indica que, de abril a agosto, 11 mil lojas foram fechadas no País, de um total de 105,6 mil.

Segundo a associação, o setor teve uma pequena recuperação a partir de julho. As lojas fechadas, que representavam 10,4% do total, agora são 8%. Desde 24 de agosto, todos os 577 shoppings brasileiros estão abertos, mesmo com operação reduzida e serviços ainda fechados, como cinemas e teatros.

Proprietários negociaram aluguéis menores

O diretor da Federação do Comércio do Espírito Santo (Fecomércio-ES), José Carlos Bergamin, afirmou que os proprietários dos shoppings ofereceram mais oportunidades de negociação dos aluguéis aos lojistas dos centros comerciais em comparação com as lojas de rua.

“Os proprietários tinham medo dos shoppings ficarem desvalorizados e, por isso, negociaram menores valores de contrato para os pequenos lojistas. Ainda assim, nem todos tiveram acesso aos benefícios. A prioridade foi para quem tinha os aluguéis em dia”.

Os benefícios oferecidos foram maiores entre abril e julho. A partir de agosto, houve um aumento no consumo, o que mudou a situação. “Em agosto e setembro, as vendas corresponderam a 70% do normal. Os valores de aluguel e condomínio deverão ser normalizados no final do ano”, explicou.

O diretor acredita que um dos motivos que possibilitou um pequeno “respiro” nos últimos meses foi a injeção de dinheiro na economia por parte do governo federal.

“Entretanto, é importante ter em mente que não houve milagre econômico. O efeito dessa medida do governo vai durar, no máximo, até dezembro. Depois disso, a crise pode vir ainda mais forte”, alertou Bergamin.

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