Sacolas vão causar alta de preços em supermercados

A falta de matéria-prima provocada pela pandemia da Covid-19 continua afetando diversos setores industriais, especialmente o de plásticos.

Embalador em supermercado: estocagem excessiva de plástico tem causado aumento nos preços |  Foto: Divulgação

Segundo empresários supermercadistas, o preço das sacolas plásticas chegou a subir cerca de 50% desde o ano passado, e o valor mais alto pago pelo item básico pelas redes de lojas deve ser repassado ao consumidor.

“Tudo aquilo que provoca despesa é considerado custo operacional, e vai para o preço final dos produtos. Isso é péssimo para todos, para empresas e o consumidor. Se o preço sobe, vende-se menos”, disse o superintendente da Associação Capixaba de Supermercados (Acaps), Hélio Schneider.

Ele afirmou que a parada da produção começou a fazer faltar vários produtos.

“Como há procura maior agora, a consequência é aumento dos preços”, disse.
Segundo estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), nos últimos três meses cerca de 65% das empresas apontaram problemas com disponibilidade de insumos ou alta de preços no mercado. No trimestre anterior, 57,8% das empresas tiveram problemas.

Segundo a CNI, empresas de papel e celulose e a indústria de plásticos foram as que mais enfrentaram problemas: 80% delas relataram dificuldades.

De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria de Material Plástico do Estado do Espírito Santo (Sindiplast-ES), Jackley Maifredo, a estocagem excessiva de plástico é um dos motivos da falta do produto no mercado.

“Muitos acabaram estocando mais plástico por causa da falta, mas também teve um aumento grande de preços. Hoje só uma empresa fornece o plástico para todo o País, é uma espécie de monopólio”, afirmou Jackley.

Segundo o presidente, ainda não há previsão de quando a situação deve se normalizar.

Desde o fim de 2020, vários setores da indústria e do comércio vêm relatando a falta de diversos insumos para produção.

Além dos plásticos e embalagens, no Estado já houve escassez de garrafas de vidro para a indústria de bebidas, latas de alumínio e caixas de papelão para embalar produtos dos mais diversos setores comerciais, afetando o envio de produtos para fora do Estado.

ENTENDA

Falta de insumos
> segundo a sondagem especial da CNI no mercado de insumos e matérias primas, no último trimestre 65% das empresas enfrentaram falta de insumos ou problemas com alta de preços.
> indústrias dos setores de celulose e plástico foram as que mais enfrentaram problemas, com um índice de 80%.
> no estado, já foi registrada falta de garrafas, latas de alumínio, papelão e matéria-prima para diversos setores industriais.
> houve por exemplo relatos de falta de algumas marcas de cerveja sem álcool, por escassez de garrafas nos distribuidores.
 

Sacolas
> a falta de plástico para fabricação de sacolas elevou o preço do item em quase 50% desde o ano passado.
> sobre o item, também pesa o preço do petróleo, um dos componentes principais, que é importado em dólar.
> supermercados terão de repassar para o consumidor os aumentos, que são considerados custos operacionais pelo setor.

Fonte: CNI e especialistas ouvidos.