Quinze mil trabalhadores recontratados a partir de segunda no Estado

| 04/10/2020, 16:01 16:01 h | Atualizado em 04/10/2020, 16:09

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-10/372x236/quinze-mil-recontratados-a-partir-de-segunda-no-estado-f336d6a15a1a68ab61e3b266925cd368/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-10%2Fquinze-mil-recontratados-a-partir-de-segunda-no-estado-f336d6a15a1a68ab61e3b266925cd368.jpeg%3Fxid%3D144284&xid=144284 600w, Um dos estabelecimentos que está contratando funcionários que precisaram ser demitidos durante a pandemia é o restaurante Caranguejo do Assis. O dono, Dyonatan Giovanelli, afirmou que precisou demitir 60 funcionários, mas que já recontratou alguns

A retomada da economia após meses de paralisação trouxe otimismo para todos os setores. Com isso, vagas de emprego serão abertas e uma modalidade vai se destacar no mercado: a recontratação. Empresas estão optando por chamar de volta os funcionários que precisaram ser demitidos durante a pandemia.

É o que afirmam empresários dos diversos setores econômicos. A expectativa é de que cerca de 15 mil oportunidades comecem a ser oferecidas para funcionários demitidos a partir de amanhã.

“Essas 15 mil vagas são para todos os setores. Na indústria destacam-se a construção civil, a confecção, a produção de móveis, a fabricação de insumos e outros que estão mais aquecidos”, explicou Fernando Otávio Campos, presidente do Conselho de Relações do Trabalho (Consurt) da Federação das Indústrias do Estado (Findes).

De março a julho, cerca de 25 mil postos de trabalho foram fechados no Espírito Santo, explicou Fernando. “Nossa expectativa era a de gerar 25 mil empregos este ano, então estamos com um buraco de 50 mil vagas. Mas a situação agora é de recuperação e, se continuarmos assim, a indústria pelo menos fecha no zero a zero”.

As empresas estão optando por recontratar os funcionários que precisaram ser demitidos. Isso porque, entre outros fatores positivos, há uma expectativa de economizar com cursos e treinamentos.

“Se essa pessoa agregava à instituição, a empresa só tem a ganhar. A pessoa já conhece os valores da empresa, já conhece o negócio. Pois esse processo é demorado e nem todos se adaptam. Além disso, a empresa retoma um conhecimento perdido” explicou Gisélia Freitas, psicóloga e especialista em Pessoas e Carreiras.

Fernando destacou que, entre outros motivos, a necessidade de recontratação no momento se dá por causa da falta de insumos no mercado. “Estão em falta porque as indústrias precisaram demitir. E esta falta ocasiona uma necessidade de contratar novamente”.

Para José Carlos Bergamin, diretor da Federação do Comércio do Espírito Santo (Fecomércio), as vagas no momento devem aparecer mais para os setores da indústria e de serviços. “Para o comércio, no momento, só algumas reposições necessárias”, disse.

30 vagas abertas

Um dos estabelecimentos que está contratando funcionários que precisaram ser demitidos durante a pandemia é o restaurante Caranguejo do Assis, localizado em Vila Velha.

O dono, Dyonatan Giovanelli, afirmou que precisou demitir 60 funcionários, mas que já recontratou alguns, como Nélio Júnior Carvalho, Murilo Jesus dos Santos, Higor Ciqueira e Denner Augusto Gonçalves de Azevedo.

Ele possui mais 30 vagas em aberto para vários cargos, que serão preenchidas até o fim do ano.

Readmissão foi facilitada

Uma portaria do governo federal mudou algumas regras a respeito da recontratação e facilitou a prática, segundo empresários de vários setores da economia. Eles afirmaram que as empresas só estão podendo chamar os funcionários de volta por causa da mudança.

Segundo o advogado trabalhista Leonardo Lage da Motta, antes da portaria, só era possível recontratar um funcionário depois de 90 dias. “O problema era que a empresa demitia, o empregado sacava o FGTS e voltava, e isso era considerado fraude. Com essa portaria, isso não e mais considerado fraude”.

Os empresários devem, no entanto, manter a função e o salário do empregado para recontratá-lo. “Para voltar em condições diferentes depende de acordo coletivo. Essa medida facilitou, porque muitas vezes a empresa precisou demitir porque não tinha trabalho”, destacou Leonardo.

Fernando Otávio Campos, presidente do Conselho de Relações do Trabalho (Consurt) da Federação das Indústrias do Estado (Findes), comentou sobre a importância da mudança. “Se não fosse esta nova regra, seria muito mais difícil recontratar os profissionais”.


SAIBA MAIS


Demissões chegam a 25 mil

  • A pandemia do novo coronavírus trouxe prejuízo para os setores da economia capixaba.
  • Muitas empresas não puderam funcionar durante meses e precisaram demitir funcionários. Segundo os empresários, cerca de 25 mil pessoas perderam seus empregos.
  • Porém, com a flexibilização dos setores econômicos, o mercado passou a demandar mais mão de obra. A partir de amanhã, as empresas vão contratar cerca de 15 mil profissionais que foram demitidos.
  • Os setores que mais vão contratar no momento são a indústria e também serviços. O comércio também já está oferecendo algumas vagas, mas a maior parte da demanda vai surgir em novembro, quando devem ser admitidas 3 mil pessoas para empregos temporários no Estado.
  • Empresários afirmam que a recontratação é vantajosa para a empresa, pois os ex-funcionários já conhecem o negócio e também poupa-se recursos com treinamentos.

Fonte: Empresários ouvidos.

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