X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

ASSINE
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
ASSINE
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Assine A Tribuna
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Economia

O que pesquisa revela sobre cinquentões no trabalho

Em pesquisa realizada pela UVV a pedido de A Tribuna, 75% dos participantes na faixa etária disseram ter problemas no trabalho


Ouvir

Escute essa reportagem

A maioria dos profissionais “cinquentões” sente que sua idade é um empecilho para conseguir chances profissionais melhores e ao menos metade deles já se sentiu perseguido ou humilhado no trabalho por causa da idade.

É esse o resultado de um levantamento realizado pela Universidade de Vila Velha Empresa Júnior da Universidade Vila Velha (EJUVV), a pedido de A Tribuna, com profissionais com 50 anos ou mais que atuam em municípios do Espírito Santo, ao longo do último mês.

Dos entrevistados nessa faixa etária, 75% relatou problemas no mercado de trabalho por conta da idade “avançada”, enquanto 50% deles já sofreu algum problema no trabalho por conta disso.

“O uso da tecnologia é um fator que ajuda a justificar essas situações. O cinquentão que não lida facilmente com isso acaba tendo dificuldades. É preciso estar capacitado para lidar com essa realidade, independente do nível do cargo que se procura”, avalia o professor da UVV e organizador da pesquisa, Fabrício Azevedo.

Segundo a diretora da Center RH, Eliana Machado, a situação já foi até pior. Em sua avaliação, o levantamento mostra uma realidade que, apesar de estar se reduzindo, ainda é frequente nos ambientes de trabalho.

“Em determinados cargos que exigem liderança, experiência e maturidade, eles ainda são bem-vistos, porque lidam bem com hierarquia, subordinação, o que não é o perfil da geração Z, por exemplo”, afirma.

Segundo Eliana, os “cinquentões” são um perfil de profissional mais comum em cargos de liderança ou atuando como consultor, mas que enfrenta dificuldades em cargos mais baixos da pirâmide profissional.

Ela relata que há um certo “paradoxo” no mercado de trabalho com relação a profissionais acima dos 40 anos: enquanto os quarentões são mais bem-vistos, os cinquentões, por outro lado, sofrem mais dificuldade.

“Isso parte também da iniciativa da própria geração. Os quarentões estão voltando mais às salas de aula, algo que os cinquentões não fizeram”, explica.

O número de ações na Justiça do Trabalho envolvendo discriminação por idade disparou nos últimos anos, conforme levantamento do escritório Trench Rossi e Watanabe. Se em 2017 haviam apenas 12 processos sobre o tema no País, o ano passado encerrou com mais de 450 processos do tipo em andamento.

O valor total das causas, até setembro do ano passado, chegou a R$ 79,6 milhões. Em 2023, ficou em R$ 174,64 milhões, número bem maior do que o R$ 1,57 milhão registrado há seis anos.

Casos de etarismo aumentam na Justiça

Para especialistas, os conflitos de geração podem explicar essa explosão de casos de etarismo na Justiça do Trabalho.

Hoje, há cerca de seis gerações convivendo no mercado de trabalho, o que aumentaria a discriminação.

Outro fator a ser considerado é o de que, após o Estatuto do Idoso, que passou a valer em 2003, a conscientização sobre esses abusos ficou maior.

O convívio entre gerações, porém, traz ainda mais desafios para as empresas.

Realidade recente

O resultado observado pela pesquisa também pode ser constatado nas ações judicais sobre o tema no País.

O número de ações na Justiça do Trabalho envolvendo discriminação por idade disparou nos últimos anos, conforme levantamento do escritório Trench Rossi e Watanabe.

Se em 2017 haviam apenas 12 processos sobre o tema no País, o ano passado encerrou com mais de 450 processos do tipo em andamento.

O valor total das causas até setembro do ano passado chegou a R$ 79,6 milhões. Em 2023, ficou em R$ 174,64 milhões, número bem maior do que o R$ 1,57 milhão registrado há seis anos.

No Tribunal Superior do Trabalho o primeiro processo sobre o tema é de 2003. Na ocasião, a empresa foi condenada a readmitir trabalhador e recorreu, sem sucesso.

Empresas devem se atentar

A tendência é que essas queixas de práticas discriminatórias persistam, já que a expectativa de vida do brasileiro tem aumentado e o convívio entre gerações é imprescindível. Caberá às empresas ter programas para coibir a prática. Se o empregador não interfere após denúncias, pode ser processado.

Caso recente julgado no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, em Campinas (SP), envolvendo uma trabalhadora de 51 anos resultou em condenação da empresa para pagamento de indenização de R$ 10 mil.

Na ação, testemunhas disseram que a funcionária foi vítima de etarismo e assédio moral por parte de pessoas da equipe, e que os superiores foram informados, mas não tomaram atitude e ainda demitiram a trabalhadora. Ela desenvolveu depressão e síndrome do pânico que podem estar ligadas aos episódios. Cabe recurso.

A discriminação ou o assédio podem ser comprovados tanto por prova documental como testemunhal. Tanto colegas de trabalho quanto superiores podem cometer o ato

Resultado da pesquisa 

Metodologia:

Conforme relata o professor da UVV e coordenador da pesquisa da EJUVV, Fabrício Azevedo, a pesquisa foi realizada de forma on-line, por meio de um formulário virtual. Este formulário é divulgado em grupos de redes sociais e a alunos da instituição, que são incentivados a divulgá-lo a amigos e conhecidos. Período de apuração das resposta é de uma semana.

Onde você mora?

  • Vila Velha 29,2%
  • Vitória 15,2%
  • Viana 12,5%
  • Cariacica 13,4%
  • Serra 10,4%
  • Guarapari 8,9%
  • Fundão 6%
  • Fora da Grande Vitória 4,5%

Você sente que sua idade é um empecilho para conseguir chances profissionais melhores?

  • 75% sim
  • 25% não

Você já se sentiu perseguido ou humilhado no trabalho por causa da idade?

  • 50% sim
  • 50% não

Fonte: Pesquisa Rede Tribuna/UVV.

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: