Herdeiros no agronegócio: programa para planejar a sucessão no meio rural

Formações têm carga horária de 40 horas e tem como objetivo estreitar relações e orientar o planejamento de sucessão

Gustavo Andrade e Clóvis Rangel, do jornal A Tribuna | 13/03/2024, 05:00 05:00 h | Atualizado em 11/03/2024, 15:25

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/img/inline/170000/372x236/Herdeiros-no-agronegocio-programa-para-planejar-a-0017120000202403111526/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fimg%2Finline%2F170000%2FHerdeiros-no-agronegocio-programa-para-planejar-a-0017120000202403111526.jpg%3Fxid%3D752918&xid=752918 600w, Qualificação oferecida pelo Senar: aprendizagem para o setor primário

Despertar as famílias rurais para a importância do planejamento da sucessão familiar dentro das propriedades é o propósito atendido pelo programa Herdeiros do Campo.

A iniciativa é do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Espírito Santo (Senar-ES) e da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado (Faes), em parceria com o Sindicato Rural de São Gabriel da Palha, a Cooperativa Agrária de Cafeicultores de São Gabriel (Cooabriel) e o Sistema da Organização das Cooperativas Brasileiras no Espírito Santo (OCB-ES).

O programa foi iniciado em março do ano passado, quando nove famílias participaram da capacitação, e em dezembro aconteceu a formatura de três novas turmas, compostas por 32 famílias cooperadas da Cooabriel, das unidades de Águia Branca, Aracruz e Nova Venécia.

O diretor técnico, administrativo e financeiro do Senar-ES, Fabrício Gobbo Ferreira, ressaltou a importância da temática e da parceria entre as instituições.

“É satisfatório ver essas famílias pensando em sucessão familiar, especialmente quando são famílias cooperadas, que têm sua base em valores como a cooperação, união e força. A parceria com a cooperativa permitiu trazer essa iniciativa para o Estado e formar quatro turmas”, disse.

Segundo Júlio Rocha, presidente da Faes, participam do programa pelo menos duas gerações familiares. Ele disse que no início houve dificuldade em formar a primeira turma, porque muitos produtores têm receio de abordar o tema, que é extremamente importante.

“O programa é de extrema importância para o desenvolvimento e continuidade do setor do agronegócio capixaba. Mas muitos produtores, muitas famílias são refratárias quando se fala nesse assunto. Depois da primeira turma formada, quando viram os resultados positivos, já tinha famílias para formar cinco turmas”, disse.

Rocha destacou que as formações têm carga horária de 40 horas, e que alguns dos objetivos são estreitar relações e orientar o planejamento de sucessão.

“O processo sucessório deve ser bem planejado para que aconteça da melhor forma possível. Isso exige diálogo e troca de informações dentro do conjunto familiar, e o propósito da cooperativa é poder contribuir nesse aspecto”, disse o presidente da Cooabriel, Luiz Carlos Bastianello.

Jovem tem como sonho seguir a carreira dos pais

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Nascidos e criados no campo, muitos jovens têm estudado e se qualificado para seguir com os negócios de família.

No município de Alfredo Chaves, na região Serrana do Estado, Luiz Fernando Lafayette, de 18 anos, auxilia no manejo do rebanho e na criação de cavalos e galinhas que a família mantém na Fazenda Cachoeirinha.

Os pais dele mantém os negócios no campo e são, inclusive, veterinários.

No dia a dia, além de estudar, Luiz auxilia nos cuidados com a saúde das criações. Ele garante que quer seguir a carreira dos pais na Medicina Veterinária e que a paixão de viver no campo está longe de acabar.

“Nem penso em largar o campo. Sempre gostei de animais, de cuidar deles. Todos os dias acordo, limpo as baias dos cavalos, toco os bois, dou comida para as galinhas. Quem herda um pedaço de terra, ganha um mundo cheio de surpresas”, afirmou.

Não bastasse isso, Luiz acredita que cada vez mais jovens vão preferir ficar na roça.

“Na minha opinião, muitas pessoas da minha idade estão preferindo estudar para cuidar das terras e das criações da família. E isso é muito bom”, afirmou o estudante.

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