Pamela Maria Nogueira: “Mulher põe amor no que faz”
Empresária do setor de turismo afirma que a vontade de fazer a diferença a fez tirar o sonho do papel
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Uma vontade de fazer a diferença nas próprias vidas e na vida dos outros levou duas jovens a tirar um sonho do papel. Mesmo sem saber nada sobre administração de um negócio, Pamela Maria Nogueira e Letícia Canal se entregaram a um projeto e criaram a agência Blue Trip, especializada em passeios receptivos e emissivos.
O foco era fazer a diferença na vida das pessoas. Seis anos depois, já sabem onde erraram e corrigem sempre o rumo dos negócios.
A agência faz de quatro a seis passeios por mês e o mais famoso aqui no Estado é o da observação de baleias, que tem duração de um dia e ajuda muita gente a relaxar.

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A Tribuna – Como surgiu a ideia de empreender?
Pamela Maria Nogueira – Eu e Letícia começamos a planejar a Blue Trip em 2017, numa mesa de bar, em meio a um processo de mudança na nossa vida pessoal e vimos que tínhamos ideias que podiam dar certo. A ideia mais forte era tentar trabalhar o máximo com turismo acessível, queríamos propor algo barato, mas ao longo dos anos descobrimos que nem sempre o barato é melhor para o cliente. Então focamos muito no ecoturismo, turismo de aventura e alguns destinos especiais que tenham valor cultural e social, como o Inhotim, na Grande Belo Horizonte, que tem muita cultura, história e gastronomia.
Também gostamos de fazer passeios no Estado, como a Rota do Café, onde há cafés orgânicos, plantados na floresta. Buscamos sempre nas nossas viagens que o nosso cliente crie uma conexão consigo mesmo. Um dos melhores passeios locais é o de observação de baleias, porque ele faz um link com a natureza, com o ser humano.
Qual é o lugar preferido?
Não é o lugar, mas as pessoas que estão lá com a gente. As turmas sempre voltam, levam mais amigos e fazemos novas amizades em todos as cidades. Cada lugar traz uma experiência diferente. Temos clientes de todas as idades, mas a maioria entre 35 e 50. As pessoas conseguem se integrar.
O que tem sido mais difícil?
Nosso desafio sempre é encontrar uma comunicação boa de equipe e nossa na sociedade. Aprendemos com nossos erros. A Letícia é arquiteta e na época em que tivemos a ideia do negócio, o estágio dela estava acabando e eu já trabalhava com turismo.
Nessa transição passamos dias intensos e em um mês fizemos um planejamento para seis meses. E crescemos muito depressa, tínhamos quase 100 mensagens no atendimento por dia, era muita demanda.
Mas encaramos e chamamos mais pessoas para fazer parte da equipe. Em 2020 investimos em novos roteiros, fizemos parcerias com faculdades, mas veio a pandemia. Foi um balde de água fria. Agora estamos começando a nos recuperar com a meta de respirar em 2024 (risos).
A empresa é só feminina?
Só tem um homem que trabalha na agência. Eu acho que a mulher põe muito amor no que faz e toma o trabalho como estilo de vida. Não é só um ‘trampo’ para gerar dinheiro. Tem muito mais coração.
E se fosse começar hoje?
Se eu fosse começar hoje eu faria um plano de negócio e iria entender melhor os processos primeiro. Como a gente não entendia bem o fluxo de operação, não tínhamos um processo muito definido e por isso gastamos muito tempo e dinheiro, investindo em soluções não tão adequadas.
A gente só se arrepende de ter perdido um pouco de tempo com a gestão e agora que sabemos pensamos em expandir o negócio para outras áreas.
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