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Economia

Dólar volta a rondar R$ 6 com guerra comercial entre EUA e China

Cotação de R$ 5,996 marca a alta de quase R$ 0,40 em apenas quatro dias de negociação


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Imagem ilustrativa da imagem Dólar volta a rondar R$ 6 com guerra comercial entre EUA e China
Dólar volta a rondar R$ 6 com guerra comercial entre EUA e China |  Foto: Divulgação

O dólar disparou 1,43% nesta terça-feira (8) e voltou a ser negociado a R$ 6 pela primeira vez desde o começo do ano.

A cotação de R$ 5,996 marca a alta de quase R$ 0,40 em apenas quatro dias de negociação. No último 3 de abril, a moeda havia fechado em R$ 5,629, menor valor de 2025.

O motivo da disparada segue sendo o choque tarifário do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Nesta sessão, em especial, foi destaque a guerra comercial entre os norte-americanos e a China, após a Casa Branca confirmar que as tarifas de 104% sobre produtos chineses começarão a incidir na madrugada desta quarta.

O movimento fez o dólar reverter as perdas do início da sessão, quando chegou a marcar a cotação de R$ 5,861 na mínima. Na Bolsa, o efeito foi parecido: antes em forte alta de mais de 1%, o Ibovespa despencou 1,31% no final da sessão, a 123.931 pontos.

Em Wall Street, os índices acionários -que marcaram mais de 3% de alta antes da confirmação da Casa Branca- derreteram mais uma vez. O S&P500 perdeu 1,57%, o Nasdaq Composite, 2,15%, e o Dow Jones, 0,84%.

China e Estados Unidos têm trocado ameaças desde quarta-feira passada, quando o tarifaço foi anunciado. A segunda maior economia do mundo foi atingida com uma sobretaxa de 34%, além do piso básico de 10% sobre todos os produtos importados pelos Estados Unidos e das demais barreiras comerciais erguidas por Trump nos últimos três meses.

Os chineses anunciaram tarifas retaliatórias na mesma magnitude, ainda na semana passada. Já Trump, na sequência, ameaçou subir a régua para 50% caso a retaliação não fosse suspensa. "Foi um grande erro", disse o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, ao que a China prometeu "lutar até o fim". O prazo para o recuo era até às 13h (horário de Brasília) desta terça.

A Casa Branca confirmou as tarifas mais altas à China após o prazo ser ultrapassado. Com isso, os produtos chineses podem receber uma taxa de até 104% para entrarem nos EUA. A medida entrará em vigor a partir da meia-noite desta quarta-feira (9).

"Como o Brasil tem uma elevada exposição à China, essa escalada comercial entre os dois países pode provocar uma desaceleração relevante e respingar no Brasil", afirma Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.

É pouco provável que a China recue, afirmam analistas ouvidos pela reportagem. "A decisão do governo chinês em retaliar o governo norte-americano imediatamente e na mesma moeda mostra que a China está preparada para o conflito, independentemente do custo econômico no curto prazo", afirma André Valério, economista sênior do Inter.

"A tarifa de 104% efetivamente exclui a China do mercado americano. Esperamos que o governo chinês faça uma nova retaliação, mantendo essa dinâmica de 'toma lá, dá cá' até que as pressões econômicas forcem algum tipo de acordo entre os países", diz Valério.

Por outro lado, Trump e autoridades próximas ao governo têm dado sinais de que uma rodada de negociações com outros países afetados está à mesa.

O Japão é exemplo disso. Trump e o primeiro-ministro, Shigeru Ishiba, concordaram em iniciar discussões bilaterais sobre as tarifas em um telefonema na segunda-feira. Os japoneses foram atingidos com uma sobretaxa de 24%, além do piso básico de 10%.

Trump designou o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, para supervisionar as negociações com o Japão. Já a nação asiática terá o ministro da economia, Ryosei Akazawa, como negociador comercial.

Segundo o assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, os negociadores dos EUA estão priorizando aliados e parceiros comerciais que tiveram grandes superávits comerciais para com os norte-americanos -o que não inclui a China.

"O presidente decidirá quando e se conversará com a China, mas, no momento, recebemos instruções para priorizar nossos aliados e nossos parceiros comerciais, como o Japão, a Coreia e outros", disse Hassett em entrevista à Fox News.

Também nas redes sociais, Trump disse que está discutindo as tarifas sobre a Coreia do Sul com o presidente interino, Han Duck-soo. O país foi atingido com tarifas de 26%.

"Temos os limites e a probabilidade de um grande ACORDO para ambos os países. A principal EQUIPE deles está em um avião rumo aos EUA, e as coisas parecem boas", escreveu.

Já a União Europeia segue firme nas tratativas para evitar uma guerra comercial com os Estados Unidos, ainda que o governo republicano tenha rejeitado a oferta "zero por zero" sobre todos os produtos industriais. Segundo um porta-voz da Comissão Europeia, o plano é apresentar uma resposta às tarifas na próxima semana.

"No início da próxima semana, basicamente apresentaremos nosso plano. Explicaremos qual é o roteiro, depois consultaremos os Estados membros, consultaremos as indústrias, antes de apresentarmos as medidas finais que apresentaremos aos Estados membros para votação", disse o porta-voz Olof Gill.

Para os mercados, as negociações bilaterais vêm com uma dose de cautela. "Há uma esperança entre investidores de que os Estados Unidos possam negociar com outros países, mas acredito que essas conversas estão em um estágio muito inicial para trazer frutos no curto prazo", diz Leonel Mattos, analista de inteligência de mercado da StoneX.

"Eu não antevejo essas negociações dando alívio ainda essa semana."

A ligeira melhora no ambiente de ativos de risco vem após três dias de pânico no mercado financeiro devido ao choque tarifário. Em menos de uma semana, os índices de Wall Street perderam US$ 6,2 trilhões, com investidores temorosos sobre os efeitos do tarifaço.

É esperado que o comércio internacional sofra um baque com as tarifas, o que pode afetar o crescimento econômico dos países mais afetados. Segundo análises do banco JPMorgan, o tarifaço elevou os riscos de uma recessão global e dos Estados Unidos de 40% para 60% em apenas uma semana.

No caso dos norte-americanos, o choque tarifário também afeta a cadeia produtiva doméstica, o que pode aumentar a inflação enquanto a economia desacelera.

O presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), Jerome Powell, endereçou esses temores em falas na sexta. Ele afirmou que as novas tarifas são "maiores do que o esperado" e as consequências econômicas, incluindo inflação mais alta e crescimento mais lento, provavelmente também serão.

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