Consumidor faz implante de chip para pagar compra sem cartão ou celular
Biochip tem o tamanho de um grão de arroz e é introduzido na região das costas da mão. Ele dura 20 anos, dispensa energia e custa R$ 350
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Como prova de que o futuro ultratecnológico dos filmes de ficção-científica está cada vez mais próximo, uma tecnologia, que não é tão nova assim, já é bem real e tem ganhado adeptos por todo o País.
Tendo o tamanho de um grão de arroz, os biochips com tecnologia NFC passam despercebidos por desconhecidos. Você mesmo pode ter encontrado com quem já tenha um implantado e nem percebeu.
Muitos brasileiros já possuem o dispositivo introduzido na região das costas da mão, entre o polegar e o indicador. A região é escolhida por ser uma área com poucas terminações nervosas.
Entre as possibilidades do biochip está a substituição de crachás, abertura de portas, o desbloqueio de catracas, de acesso a notebooks e até de realizar pagamentos por proximidade. Igual já acontece com muitos cartões de crédito.
Tudo isso ocorre sem que o usuário do chip precise dar qualquer comando. Basta ele aproximar a mão com o implante da maquininha de pagamento e pronto.
Isso é possível pela tecnologia Near Field Communication (NFC) que significa “comunicação por campo de proximidade”. Ela já está bem difundida, estando presente em smartphones, relógios e anéis, por exemplo.
O professor de segurança da informação João Paulo Chamon contou que os biochips não são novidade, e que o primeiro foi implantado em 1998.
Diferente do que muitos imaginam, a tecnologia do chip não serve para rastreio ou localização.
“O chip não tem uma bateria. Logo, ele não fica ativo quando não está próximo de uma antena. Ele é energizado ao se aproximar de um dispositivo compatível. Não é como ter um celular na pele”, assegura o professor.
O dispositivo já é comercializado no Brasil desde 2014. Ele dura pelo menos 20 anos, não necessita ser carregado e custa R$350. Quem o adquire deve assinar um termo de responsabilidade
A aplicação é mais simples do que se imagina e não há necessidade de cirurgia. Em minutos, o biochip pode ser implantado em um estúdio de aplicação de piercings.

No pós-implante, curativo, antisséptico e pomada cicatrizante, contou um especialista em segurança cibernética que possui um chip em cada mão desde 2018.
“Tem algumas pessoas que têm curiosidade e pedem pra ver. Porque, se você passa o dedo em cima, você o sente”, contou o usuário em entrevista ao Portal G1.
Médica vê risco e recomenda aplicação por profissional
Como o implante de biochips em humanos não é algo muito comum, a tecnologia ainda é vista com desconfianças por médicos e associações da saúde.
Segundo a empresa que vende os chips no Brasil, ele vem dentro de uma seringa, que é mais grossa que as tradicionais utilizadas para tirar sangue.
Ele é biocompatível, sendo feito com o mesmo material do DIU – dispositivo intrauterino -, e por isso o organismo não costuma rejeitar. Se corretamente aplicado, não entra em contato com fluidos corporais. Assim, evitando o risco de oxidação ou inflamação.
De acordo com a médica dermatologista Irene Baldi, o organismo do usuário não precisa estar preparado para ser colocado o chip. Isso porque os dispositivos foram produzidos para serem inertes. “O recomendado é que seja feita uma extrema esterilização por qualquer pessoa que vá aplicar.”
A médica Karina Mazzini vê com desconfiança a tecnologia e considera que não há muitos estudos sobre ela.
“Precisa ser visto com muito cuidado porque, como um piercing, corre risco de inflamar, ter uma porta de entradas para bactérias e causar uma infecção. O ideal era no mínimo ter um médico, até que a técnica começasse a ficar mais conhecida”.
SAIBA MAIS
O chip de Implante NFC
Discreto
- Como um grão de arroz, essa é a comparação feita no site da empresa que comercializa os chips no Brasil.
- Tamanho: 2x12mm.
- Dentro de um envoltório cilíndrico de vidro biocompatível, o chip de NFC torna-se imperceptível na pele.
- A DESCRIÇÃO diz: “o produto contém um Chip de Implante NFC RFID já pré-instalado na seringa estéril”.
A tecnologia
- Near Field Communication, ou NFC, é a tecnologia base do implante.
- É um padrão de comunicação sem fio que possibilita a troca de dados por aproximação.
- Na prática, basta aproximar o implante de um dispositivo que tenha esse tipo de conexão para funcionar.
Sem bateria
- “Ao aproximar os equipamentos, a antena do dispositivo estimula a bobina que reveste o chip, assim ativando o biochip temporariamente”.
Funções
- Abrir a porta de casa, da empresa ou do carro.
- Compartilhar seu cartão de visita.
- Realizar pagamentos.
compartilhar suas redes sociais e websites.
desbloquear o celular ou senha do computador.
executar tarefas digitais automaticamente.
Pagamentos com chip
- Apesar do biochip poder ser utilizado para pagamentos, dispensando o uso de cartões, no Brasil, o equipamento ainda carece de legislação.
- O credenciamento do biochip junto às empresas de cartão de crédito ainda é outro requisito.
- A utilização do Biochip para pagamentos já é possível por países da Europa e especialistas acreditam que no Brasil será possível em breve.
- Filmes de ficção científica costumam abordar novas formas de pagamentos biológicas, como “O Preço do Amanhã”, em que o tempo de vida é a moeda usada para pagamentos.
Saúde
- Biocompatível: o produto não entra em contato com fluidos corporais, o que diminui o risco de oxidação ou inflamação, afirma o vendedor.
- Localização: a indicação é que o biochip seja aplicado entre os dedos indicador e polegar. A região é escolhida por ter poucas terminações nervosas e vasos sanguíneos.
aplicação: a recomendação é que o biochip seja aplicado num estúdio de piercing, por um profissional com experiência em alterações corporais.
No site, o vendedor apresenta uma lista de profissionais indicados a realizar o procedimento.
Fonte: Project Company e Pesquisa AT.
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