Protestos em várias cidades capixabas pedem reabertura de lojas

| 18/03/2021, 22:31 22:31 h | Atualizado em 18/03/2021, 22:43

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2021-03/0x0/protesto-de-comerciantes-na-gloria-40ec6e6c4cd21860d08ec3cba34b8794/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2021-03%2Fprotesto-de-comerciantes-na-gloria-40ec6e6c4cd21860d08ec3cba34b8794.jpeg%3Fxid%3D166494&xid=166494 600w, Comerciantes da Glória, em Vila Velha, fizeram protesto contra fechamento do comércio

O primeiro dia de quarentena foi marcado por protestos de comerciantes na Grande Vitória e também no interior do Espírito Santo. As medidas de restrição de circulação de pessoas nas ruas no Estado entraram em vigor nesta quinta-feira (18) e têm duração de 14 dias.

Logo pela manhã, comerciantes do Polo da Glória, em Vila Velha, se reuniram em manifestação contra o fechamento das lojas durante esse período, como determina o decreto assinado pelo governador Renato Casagrande. Descumprindo as normas do governo, os lojistas abriram as portas dos comércios.

Lojas também abriram as portas na avenida Expedito Garcia, em Campo Grande, Cariacica, onde comerciantes discutiram com bombeiros, que realizavam a fiscalização no local. Também houve abertura de comércios, na avenida Central, no bairro Laranjeiras, na Serra.

As manifestações contra o fechamento das lojas pelo período de 14 dias não se limitaram apenas aos municípios da Grande Vitória. No Sul do Espírito Santo, comerciantes de Piúma, Cachoeiro de Itapemirim e Guaçuí também realizaram protestos e até buzinaço pedindo a abertura dos estabelecimentos.

Em Afonso Cláudio, na região Serrana, onde o prefeito da cidade decretou toque de recolher a partir das 20 horas, comerciantes se reuniram em apoio ao chefe do Executivo que liberou o funcionamento das lojas durante o dia.

O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio-ES), José Lino Sepulcri, disse que movimentações isoladas já eram esperadas, mas a quantidade de protestos surpreendeu.

De acordo com ele, essa revolta pode ser explica pela mudança drástica na classificação das cidades, que até duas semanas, apenas uma estava no risco alto para transmissão do coronavírus. “Para nós, surpreendeu com o volume enorme de manifestantes contrários a decisão do governo”, admitiu ele.

Sepulcri ressalta que o fechamento não estava na programação dos empresários, após as medidas anunciadas pelo governo na sexta-feira (12), oportunidade em que foi divulgado o mapa de risco – antes da taxa de ocupação dos leitos de Unidade Terapia Intensiva (UTI) ultrapassarem 90% e ser decretado o risco extremo em todo o Estado.

O presidente da federação ainda revela que 2021 não tem correspondido as expectativas de venda para a maioria dos empresários e o fechamento criou um impacto negativo. Ele ressalta que, além da revolta dos donos de comércios, ainda há, em alguns casos, o apoio de prefeitos que são contra o fechamento.

Sepulcri reforça que a Fecomércio-ES fez o papel de conscientizar os empresários para cumprir o decreto. “A federação tem procurado transmitir esse momento drástico que todos nós estamos atravessando, com relação à doença, que ultrapassou a casa dos 90% de ocupação de leitos. É altamente preocupante para nós”, afirmou ele.

O Ministério Público do Estado (MPES) informou que a procuradora-geral de Justiça, Luciana Andrade, em reunião com os prefeitos e o governador Renato Casagrande, na quarta (17), asseverou que o MPES vai auxiliar na fiscalização do cumprimento das normativas para conter a disseminação da Covid-19 e colocou os promotores de Justiça para orientar os gestores municipais no que for necessário.

Em relação à manifestação de prefeitos contrários a adotarem as medidas previstas no decreto, o MPES vai analisar cada caso concreto e tomará as providências cabíveis. Os gestores municipais poderão responder por ato de improbidade administrativa ou ser denunciados em ações penais por incitar a prática do descumprimento das medidas instituídas pelo Governo do Estado.

“Diante da gravidade da situação, o MPES conclama as instituições públicas e privadas, os prefeitos e as lideranças de diversos setores para a adesão ao Pacto Social pela Vida, pois não é possível a nenhuma instituição atuar isoladamente no combate às irregularidades e no cumprimento das normas. Dessa forma, o MPES conta novamente com a empatia e a solidariedade da população capixaba para evitar o agravamento da pandemia”, informou.
 

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