Primeiros testes rápidos virão da China e serão para profissionais de saúde

| 23/03/2020, 08:24 08:24 h | Atualizado em 23/03/2020, 08:29

srcset="https://cdn2.tribunaonline.com.br/prod/2020-03/372x236/luiz-henrique-mandetta-19e26ddc9a15c1874af14fccfc20b45f/ScaleUpProportional-1.webp?fallback=%2Fprod%2F2020-03%2Fluiz-henrique-mandetta-19e26ddc9a15c1874af14fccfc20b45f.jpg%3Fxid%3D114250&xid=114250 600w, Luiz Henrique Mandetta, ministro da Saúde
O Ministério da Saúde afirmou no domingo (22) que os primeiros testes rápidos para o novo coronavírus serão importados da China e usados exclusivamente para diagnosticar Covid-19 entre profissionais de saúde.

O teste será doado, segundo o ministro Luiz Henrique Mandetta, pela mineradora Vale. Os kits são produzidos pela empresa chinesa Wondfo e aprovados pela Comissão Europeia, segundo a pasta.

"Esse teste vai ser profissionais de saúde para que a gente não perca essa força de trabalho", disse o secretário de Vigilância, Wanderson Oliveira.

No sábado (21), a pasta havia dito que seriam adquiridos 10 milhões de testes rápidos do tipo sorológico, que analisa a presença de anticorpos no sangue, para a distribuição nos estados nas próximas semanas.

A informação era de que seriam utilizados prioritariamente em profissionais de saúde, e que seriam montados postos de testagem "drive -thru" para a população geral.

No domingo, porém, o ministério disse que são duas coisas diferentes e que o teste rápido chinês não será aplicado em postos volantes.

A apresentação da pasta aos jornalistas diz que a "única e exclusiva utilidade desse teste" será retirar do isolamento profissionais de saúde que estiverem entre o 8º e 10º dias de isolamento por suspeita de Covid-19. Esse tipo de teste é o que deve chegar ao país na próxima semana. O custo de cada kit é de R$ 75.

Para a população em geral, o ministério diz que trabalha para comprar máquinas automatizadas ou semiautomatizadas para então instalar os postos onde pessoas poderão ir a pé, de bicicleta ou veículos para serem testados.

Wanderson afirmou no domingo que seguirá o modelo sul-coreano de testagem. "O teste é igual ao da Coreia, a pessoa vai passar a pé e vai receber o resultado por aplicativo no dia seguinte", disse. "Para isso funcionar, temos que adquirir aquelas máquinas e colocar escala de produção."

As máquinas citadas são do modelo Cobas 6000, produzido pela Roche, com valor estimados de R$ 2 milhões para compra ou as semiautomatizadas da família QuantStudio da TermoFischer.

O tipo de teste que seria realizado nesse caso é o PCR, que já está sendo usado nos laboratórios brasileiros. Mais preciso do que o sorológico, que demora até dez dias após a contaminação para identificar a doença, esse tipo analisa a presença de material genético do vírus no trato respiratório.

O ministério, porém, não informou quando a aquisição das máquinas deve ser feita e se a instalação dos postos será de fato viável.

"Eu nunca gosto de anunciar nada que não tenha na minha mão. Eu espero que a gente consiga operacionalizar, se a gente tiver vai ser mais uma arma. E se a gente não tiver? Vamos continuar fazendo os nossos testes através da Fiocruz", disse o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

Ele disse que estão sendo disponibilizados 2,3 milhões de testes do tipo PCR para os estados. O anúncio desse número foi feito na quinta-feira (19) e tem capacidade para atender 1,1% da população.

No entanto, esses testes citados por Mandetta serão destinados aos casos em que há sintomas graves, segundo o próprio ministério. O modelo de testagem brasileiro vem sendo questionado desde que a OMS (Organização Mundial da Saúde) recomendou exames em uma parcela ampla da população. O ministério rebate ao dizer que há escassez de testes no mundo e que é preciso priorizar casos graves.

A testagem ampla do coronavírus esbarra em mais um problema. A Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica) pediu à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que acelere os trâmites de liberação de insumos para o diagnóstico de Covid-19.

Segundo nota enviada pela associação que reúne laboratórios médicos, a maior parte dos reagentes utilizados nos testes é importada e precisa passar por avaliação da agência antes de ser disponibilizada no Brasil. Ela pede que os insumos importados sejam qualificados como prioritários na hora de obter registro.

Procurada, a Anvisa não se manifestou sobre o ofício.

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