Médicos comemoram estudo sobre Dexametasona: "Dia histórico"
"Temos o primeiro tratamento farmacológico para Covid-19 que mostrou impacto em reduzir a mortalidade! Finalmente temos uma 'boa nova'". Assim começa um informe divulgado, nesta terça-feira (16), pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) sobre o novo estudo que aborda o impacto do corticoide dexametasona em casos de graves do novo coronavírus (Covid-19).
Direcionada à classe médica, a nota comemora as conclusões do estudo Recovery da Universidade de Oxford, que mostra uma redução de 33%, no período de 28 dias, na mortalidade de pacientes infectados pelo coronavírus que precisam utilizar respiradores.
Além de também apresentar uma redução de 20% nas mortes de pacientes que precisam de oxigênio, mas que não estão em ventilação mecânica, a pesquisa não detectou impacto da medicação no tratamento de pacientes que não precisam de oxigênio. Ou seja, o corticóide não foi eficiente em casos leves do vírus.
Ainda de acordo com a SBI, o estudo concluiu que todo paciente de Covid-19, que precisam de respiradores ou de oxigênio fora das Unidades de Tratamento Intensivo (UTI), devem receber uma quantidade específica da Dexametasona por 10 dias.
Segundo o pronunciamento, a Sociedade vem insistindo na utilização de estudos clínicos iguais ao de Oxford para "nortear" o protocolo de tratamento da Covid-19 no Brasil, porque eles têm como base a utilização de pacientes aleatórios, em que parte recebe a medicação e a outra não.
"Medicação barata e de acesso universal. Dia histórico no tratamento da COVID-19!", celebra o comunicado.
O estudo
A pesquisa selecionou 2.104 pacientes de forma aleatória, que foram medicados com o corticóide por via oral ou intravenosa. Eles foram comparados a 4.321 pessoas tratadas convencionalmente.